O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ), disse em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (29) que megaoperação, considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro, foi um “sucesso”. Um dia após a ação, mais de 70 corpos foram encontrados em área de mata por moradores do Complexo da Penha. O número de mortes ultrapassa 130.

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— Temos muita tranquilidade de defendermos tudo que fizemos ontem. Queria me solidarizar com a família dos quatro guerreiros que deram a vida para salvar a população. De vítima ontem lá, só tivemos esses policiais — declarou o governador.

O chefe da Polícia Civil, Felipe Curi, confirmou 119 mortes. Entretanto, o governo do Rio de Janeiro só confirmou oficialmente 58 mortes: quatro deles policiais e 54 criminosos. Todos os corpos, segundo Castro, são de criminosos porque os confrontos foram todos em área de mata

— Não acredito que havia alguém passeando em área de mata em um dia de operação — declarou o governador.

O governador não comentou sobre os corpos encontrados pelos moradores na manhã desta quarta-feira.

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— Temos que ser muitos responsáveis. A nossa contabilidade conta a partir do momento que os corpos entram no IML. A Polícia Civil tem a responsabilidade enorme de identificar quem eram aquelas pessoas. Eu não posso fazer balanço antes de todos entrarem. Daqui a pouco vira uma guerra de número. Nós não vamos trabalhar assim.

Veja o balanço da megaoperação, segundo a Polícia Civil do RJ

  • 113 presos – 33 de outros estados
  • 10 menores infratores apreendidos
  • 91 fuzis, 26 pistolas, um revólver apreendidos
  • toneladas de drogas, ainda contabilizadas, apreendidas
  • 119 mortos, sendo 115 narcoterroristas

Veja fotos da Megaoperação no Rio de Janeiro

Governadores se reúnem após megaoperação

operação mais letal da história do Rio de Janeiro motivou uma reunião entre governadores, organizada por Cláudio Castro. Realizada nesta quarta-feira (29), o encontro contou com a presença do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL-SC).

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— Os governadores perceberam que a solução dos outros estados também passa pelo Rio de Janeiro. Estados que não sofrem hoje com problemas na segurança pública, vão sofrer em muito pouco tempo. […] Todos [os governadores] perceberam a importância de resolver o Rio de Janeiro e prestaram apoio. Também falei com prefeitos, outros governadores, todos parabenizando o estado pela coragem e pela operação — completou Castro.

Megaoperação no Rio de Janeiro

De acordo com números do Palácio Guanabara, esta é considerada a operação mais letal da história do Rio de Janeiro, com 64 mortes confirmadas, inicialmente — no entanto, apenas 58 mortes foram citadas por Castro nesta quarta. Ainda mais, moradores encontraram ao menos 65 corpos na manhã desta quarta-feira. Uma perícia irá confirmar se há relação com a operação de terça.

Entre os mortos estão quatro policiais civis, três policiais militares, dois homens apontados como traficantes vindos da Bahia e quatro moradores. Ainda, três inocentes foram atingidos: um homem em situação de rua, atingido nas costas por uma bala perdida; uma mulher que estava em uma academia e também foi ferida, mas já recebeu alta; e um homem que estava num ferro-velho.

A megaoperação teve como objetivo cumprir mandados de prisão contra integrantes de uma facção criminosa, sendo 30 deles fora do Rio de Janeiro, que estariam escondidos em favelas. A última atualização aponta que 81 pessoas foram presas e 75 fuzis, duas pistolas e nove motos foram apreendidos.

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Promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) e 2,5 mil policiais foram mobilizados para cumprir 100 mandados de prisão.