O cavalo que teve as patas decepadas por um facão no último fim de semana, em Bananal, no interior de São Paulo, teria percorrido quase 14 quilômetros em um trajeto com muitas subidas. O caminho foi feito durante a cavalgada que antecedeu a mutilação, disse o delegado que investiga a situação ao g1. O animal morreu e o caso vem comovendo o país.

Continua depois da publicidade

A Polícia Civil deve enviar um inquérito policial para o Ministério Público de São Paulo apontando que houve maus-tratos contra o animal. O g1 apurou, ainda, que o documento deve indicar maus-tratos não somente pelo corte das patas, mas também pelo sofrimento que a polícia acredita que o animal foi submetido antes do ato de crueldade.

Na quarta-feira (20), uma nova perícia foi feita em Bananal, com o objetivo de descobrir se o cavalo já estava morto quando teve as patas decepadas ou se morreu após a mutilação.

O resultado ainda não foi divulgado, mas, segundo o delegado Rubens Luiz Fonseca Melo, chefe da Polícia Civil de Bananal, independentemente do resultado, a polícia acredita que a situação se configura como maus-tratos. Isso porque, mesmo que o animal estivesse morto no momento da mutilação, ele faleceu após uma atividade desgastante, que gerou cansaço e pode ter provocado a sua morte.

— O autor disse que o cavalo já estava morto. Que o cavalo não conseguia subir uma ladeira, morreu e que, depois da morte, ele decepou as partes do cavalo. A gente está tentando descobrir se os ferimentos realmente foram causados após ou antes da morte do animal, todavia os maus-tratos já estão aí porque, se o animal morreu de cansaço, já houve os maus-tratos. Mas é importante saber se ele já estava morto ou não — disse.

Continua depois da publicidade

O delegado acrescentou que a Polícia Civil pretende terminar o procedimento para remeter ao Ministério Público para que a justiça seja feita “o mais rápido possível”.

A lei de crimes ambientais estabelece que maus-tratos como abuso, ferimento e mutilação têm pena prevista de até um ano de prisão. No caso de animais domésticos, a punição chega a cinco anos de detenção, podendo subir em até um terço da pena caso haja morte do animal.

Indignação coletiva

A cantora Ana Castela usou uma rede social para cobrar justiça, classificando o ato como “covarde” e pediu para que os 16,3 milhões de seguidores repercutissem o caso para que ele chegasse às autoridades.

Outra pessoa de influência que se pronunciou na internet foi a ativista Luísa Mell, que protestou contra maus-tratos aos animais e mostrou indignação, afirmando que “estes covardes têm que pagar”. A atriz Paolla Oliveira também pediu visibilidade para o caso.

Continua depois da publicidade

*Sob supervisão de Luana Amorim

Leia também

Descubra o perigo ‘fofinho’ que as capivaras de Florianópolis escondem

Tentativa frustrada de desvio de R$ 2,5 milhões de prefeitura de SC é alvo de operação

Família fica inconsciente após inalar gás tóxico e perigoso dentro de carro em SC