Deise Moura dos Anjos, de 42 anos, suspeita de envenenar bolo que matou três pessoas no Rio Grande do Sul, ficava em uma cela individual da Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba e era proibida de ter contato com outras detentas. A mulher, presa preventivamente desde 5 de janeiro, foi encontrada morta na cadeia na manhã desta quinta-feira (13). Com informações da GZH.
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A Polícia Civil e o Instituto Geral de Perícias (IGP) irão investigar as circunstâncias da morte, mas a principal suspeita é de que ela tenha usado a camiseta do uniforme para se enforcar. A Polícia Penal disse, em nota, que ainda não é possível descrever com detalhes o fato.
Deise ficava em cela isolada na cadeia
Segundo a Polícia Penal, a suspeita era impedida de ter contato com outras detentas e ficava em uma cela individual da Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba. Entretanto, não havia diferenças na rotina de Deise em relação às outras pessoas privadas de liberdade.
“Ela tinha direito à alimentação fornecida pelo Estado, direito ao banho de sol diário, bem como todos os direitos e atendimentos previstos na Lei de Execução Penal, porém em horários e espaços que garantissem a sua integridade física”, respondeu a Polícia Penal à reportagem da GZH.
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A cela da suspeita, segundo o órgão, possui cama, vaso sanitário, chuveiro e pia. Com a Deise ficavam apenas vestimentas (uniforme prisional), roupas de cama, livros, cartas e objetos de higiene pessoal, que não ofereciam riscos. A rotina de inspeção era permanente, com a presença de servidores próximos à cela, com conferências sendo feitas em diversos momentos do dia, incluindo revistas diárias.
Ainda conforme a Polícia Penal, todas as pessoas privadas de liberdade recebem o tratamento adequado no que tange à vigilância e aos atendimentos e direitos previstos na Lei de Execução Penal. Presos com indicações médicas para algum tratamento diferente são tratados conforme orientações dos profissionais. De acordo com o órgão, não houve falha de segurança na unidade prisional.
Apesar de ter sido transferida do Presídio Estadual Feminino de Torres para a Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba no dia 6 de fevereiro por apresentar ameaças a outras pessoas, a Polícia Penal informou que não há registros de ameaças na unidade de Guaíba: “visto que Deise não tinha contato com as demais detentas”.
Veja fotos do caso do bolo envenenado
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Relembre o caso do bolo envenenado
Sete pessoas da mesma família se reuniram para um café da tarde no dia 23 de dezembro em Torres, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Logo após comerem algumas fatias de um bolo, elas começaram a passar mal.
Três mulheres morreram dentro do intervalo de algumas horas: Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva, que tiveram parada cardiorrespiratória, e Neuza Denize Silva dos Anjos, que teve como causa da morte divulgada “choque pós-intoxicação alimentar”.
Quem preparou o bolo foi Zeli dos Anjos, sogra de Deise e alvo do envenenamento, segundo a Polícia Civil. Ela chegou a ser hospitalizada mas sobreviveu, e teve alta em janeiro deste ano. Uma criança de 10 anos que comeu o bolo também sobreviveu e já recebeu alta.
Após o caso vir à tona, a polícia começou a investigar se Deise teria envolvimento também na morte do sogro, Paulo Luiz dos Anjos, que morreu em setembro, supostamente por intoxicação alimentar.
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O corpo dele foi exumado e exames constataram que ele ingeriu arsênio antes de morrer. Ele morreu de infecção intestinal após consumir bananas e leite em pó levados à casa dele pela nora.
Nota da Polícia Penal
A Polícia Penal informa que a apenada Deise Moura dos Anjos recebeu três atendimentos psicológicos na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, além de dois atendimentos com a equipe de saúde. Na unidade, três psicólogos estão lotados para fazer atendimento.
Informa ainda que a rotina de inspeção é permanente, com a presença de servidores da Polícia Penal próximos às celas. Assim como em outras unidades prisionais, são feitas conferências em diversos momentos durante o dia. Além disso, agentes penitenciários realizam revistas diárias nas celas.
Cabe destacar que, desde 2019 até o final deste Governo, será investido R$ 1,41 bilhão de reais na reestruturação do sistema prisional gaúcho, viabilizando assim a construção de novas unidades prisionais, aquisição de equipamentos e novas tecnologia. Além disso, foram nomeados, desde 2019, mais de 3900 servidores para a Polícia Penal.
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