A denúncia da modelo Karim Kamada, de 51 anos, que teve parte do corpo necrosada após procedimento estético, resultou em uma investigação do Ministério Público. O órgão instaurou uma notícia de fato para verificar irregularidades e possíveis riscos sanitários da empresa, localizada em Jaraguá do Sul.
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Karim fez a intervenção estética em maio deste ano e, desde então, sofre com diversos sintomas, entre eles dores intensas, vermelhidão, inflamação, nódulos, febre alta, celulite infecciosa e até necrose. Após denúncia, a clínica foi fiscalizada e interditada. Entretanto, uma nova denúncia indicava que o estabelecimento ainda estaria funcionando.
Agora, o MP investiga se a clínica fez procedimentos invasivos sem alvará, supostas condições precárias de higiene e o uso de canetas pressurizadas sem habilitação adequada em atendimentos estéticos.
A iniciativa partiu da 9ª Promotoria de Justiça da comarca, que tem atribuição nas áreas da saúde e do consumidor, com base em uma comunicação da Vigilância Sanitária e Saúde do Trabalhador. O documento foi assinado na última sexta-feira (17). A apuração busca esclarecer se os procedimentos estéticos realizados pela profissional representam riscos à saúde pública e violam direitos dos consumidores.
Um relatório da Vigilância Sanitária já apontava que a proprietária do estabelecimento teria feito procedimentos invasivos sem alvará sanitário, em condições precárias de higiene e sem comprovação de habilitação técnica — apresentando apenas um “certificado incompleto”.
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Segundo o MP, o uso da caneta pressurizada, que permite a aplicação de substâncias sem agulha, foi registrado em um auto de infração e é considerado de risco, sendo restrito a profissionais habilitados e sujeito a registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A situação se agravou com uma denúncia feita por uma moradora à Ouvidoria do SUS informando que a profissional continuava realizando atendimentos mesmo após a interdição cautelar determinada pela Vigilância Sanitária. A denúncia motivou uma nova fiscalização, que encontrou indícios de continuidade das atividades, como o CNPJ ativo e publicações recentes em redes sociais oferecendo serviços como drenagem linfática e massagem relaxante.
Além disso, o documento menciona que a profissional teria apresentado documentos à Vigilância para tentar comprovar habilitação, mas estes não foram encaminhados ao Ministério Público. A Promotora de Justiça Rafaela Póvoas Cardozo Lehmann determinou diligências para verificar se houve regularização, se os equipamentos utilizados estão devidamente registrados e se há responsabilidade na cadeia de fornecimento das canetas pressurizadas.
O caso também é alvo de um inquérito policial, que apura a responsabilidade penal da profissional.
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