O cometa 3I/Atlas, objeto vindo de outro Sistema Solar e que está passeando pelo nosso cosmos nos últimos meses não para de apresentar comportamentos e características peculiares. E, após passar perto do nosso Sol, o visitante interestelar nos mostrou mais alguns detalhes incomuns e que já estão sendo motivos de estudo — e de teorias conspiratórias.
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No dia 29 de outubro, o 3I/Atlas atingiu o periélio, ou seja, esteve na aproximação máxima com o nosso Sol. Essa proximidade fez com que o cometa interestelar deixasse de ser visível por alguns dias. Mas, após reaparecer, o visitante apresentou algumas mudanças que chamaram a atenção dos astrônomos.
O cometa ficou azul
A primeira alteração e que causou mais curiosidade nos cientistas foi a mudança de cor do cometa. Incialmente (e apresentando características comuns a astros da mesma categoria), a coloração do 3I/Atlas era avermelhada e esverdeada. Mas, após sair da proximidade com o Sol, ele se reapresentou em azul – e mais brilhante.
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Para os cientistas, a mudança de cor se explica justamente pela passagem pelo Sol. O calor emitido pela nossa Estrela-Mãe fez com que parte do gelo e da água presentes no cometa derretessem e evaporassem, além de emitir gases como o dióxido de carbono (C2).
Além disso, análises e imagens recentes mostram que o 3I/Atlas não possui uma cauda de poeira tão marcante como outros cometas, o que reforça a hipótese de que o brilho em azul e mais “forte” do que o padrão seja causado pela emissão de gás.
Aumento na velocidade
Outro comportamento que chamou a atenção dos astrônomos foi o aumento na velocidade do cometa, que deixou de ter a aceleração gravitacional. E isso também se explica pela aproximação com o Sol.
Como o cometa está ejetando água e gases e o calor do Sol fez com que parte do gelo presente no núcleo entrasse em sublimação (passagem direta do estado sólido para o gasoso), o 3I/Atlas, por consequência, ficou sensivelmente mais leve. Essa diminuição da massa faz com que a velocidade do astro sofra um pequeno aumento.
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O que se sabe sobre o cometa 3I/Atlas
Descoberto em julho por um observatório nos Estados Unidos, o cometa 3I/Atlas é apenas o terceiro objeto interestelar já monitorado. As características e comportamentos incomuns, aliados à falta de informação e interpretações equivocadas de documentos e comunicados de agências como a NASA levantaram uma série de teorias conspiratórias a respeito do visitante espacial.
A trajetória hiperbólica revelou que o cometa não está ligado gravitacionalmente ao nosso Sistema Solar, o que também comprova se tratar de um objeto interestelar. Passeando pela nossa vizinha a uma velocidade aproximada de 210 mil km/h, o 3I/Atlas pode ter origens no Universo Primitivo e ser, inclusive, mais antigo do que o nosso Sol – estudos indicam que o cometa tem, aproximadamente, 7 bilhões de anos.




