Na última semana, mais uma foragida do 8 de janeiro detida nos Estados Unidos (EUA) voltou ao Brasil em um voo com dezenas de deportados brasileiros. Trata-se de Rosana Maciel Gomes, de 52 anos, que foi levada a Belo Horizonte. Ainda nos EUA, outra brasileira aguarda a deportação, sendo ela a moradora de Joinville Raquel de Souza Lopes, de 52 anos.
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Conforme informações do jornal O Globo, em março deste ano, o grupo onde Raquel estava foi detido no dia seguinte à posse de Donald Trump. A moradora de Joinville teria sido a primeira a ingressar ilegalmente no país, em 12 de janeiro. Ela foi detida no mesmo dia pela patrulha de fronteira e transferida para o centro de detenção El Valle, em Raymondville, Texas, onde aguarda deportação.
Agora, segundo o Uol, a catarinense está presa em uma cela da Polícia de Imigração e Alfândega (ICE), onde aguarda pela deportação em um processo que avança de forma acelerada.
Raquel chegou a pedir asilo ao governo estadunidense alegando perseguição política, mas teve o pedido negado. Ela teria recorrido da decisão em julho deste ano.
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Crimes de Raquel, moradora de Joinville foragida pelo 8 de janeiro
De acordo com o STF, no dia 8 de janeiro de 2023, Raquel teria registrado no celular fotos e filmagens dentro do Palácio do Planalto, comemorando a entrada no prédio e, inclusive, no gabinete da Presidência da República. Ainda, ela teria filmado atos de depredação e comemorado o que achava ser uma chegada das Forças Armadas para efetuar o suposto golpe.
À Justiça, Raquel teria negado a prática de crimes e disse que foi a Brasília para aproveitar a viagem de ônibus, conhecer a capital federal e também “orar pelo presidente”. Ela estaria com uma irmã, mas teria se perdido dela durante visita à Praça dos Três Poderes, na tarde da invasão ao Congresso. Sua defesa nega envolvimento nos atos de vandalismo, mas ela foi condenada a 17 anos de prisão. Ainda conforme apuração do UOL, a condenação ocorreu por cinco crimes, como golpe de Estado, associação criminosa e dano a patrimônio público. Ela tem mandado de prisão em aberto no Brasil. Na época, em março deste ano, Raquel negou ter destruído bens.
A reportagem do NSC Total tenta contato com a defesa da moradora de Joinville, mas não obteve retorno.
Trama golpista começa a ser julgada
A invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 é um dos principais episódios da trama golpista investigada que começará a ser julgada a partir da próxima terça-feira (2), no Supremo Tribunal Federal (STF). O chamado “núcleo crucial do golpe” que estará em julgamento é composto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete investigados (veja lista abaixo), incluindo ex-ministros de Bolsonaro e um chefe das Forças Armadas.
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O núcleo que será julgado a partir da próxima semana reúne Bolsonaro e outros sete investigados, todos ex-ministros ou cargos de primeiro escalão do governo do ex-presidente ou das Forças Armadas. Além deste grupo, chamado de “núcleo crucial do golpe”, há ainda outros cinco grupos de investigados, que totalizam 37 réus. Ainda não há data definida para os julgamentos outros núcleos.
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Investigação (Abin);
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.
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