A formação de um ciclone extratropical trouxe impactos em diversas cidades de Santa Catarina no início da semana. Em Garopaba, por exemplo, as ondas invadiram alguns pontos da cidade, gerando prejuízos aos moradores. No município de Araranguá, também no Sul do Estado, os famosos decks de contemplação foram parcialmente destruídos pela maré. Já em Florianópolis, diversos pontos amanheceram alagados, o que provocou lentidão no trânsito.
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Todos esses impactos foram causados por ciclones extratropicais. Eles são sistemas atmosféricos de baixa pressão, comuns no outono e inverno no Sul do Brasil, que ocorrem em regiões tropicais e se formam em latitudes médias, quando massas de ar quente e frio se encontram. Além disso, provocam mudanças rápidas na atmosfera e no comportamento do mar.
INFOGRÁFICO: confira como se forma um ciclone extratropical
Fotos mostram os estragos causados pelo ciclone no Sul de SC
Segundo a Epagri/Ciram, este tipo de fenômeno causa chuva e ventos fortes no Estado. Ao se intensificarem na costa, as rajadas podem ultrapassar os 60km/h nas regiões litorâneas e no Sul de Santa Catarina. Já a queda na temperatura é favorecida pela massa de ar frio que acompanha a formação dos ciclones.
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No primeiro momento da passagem de um ciclone desse tipo, quando ele está posicionado mais próximo da costa, o mar fica agitado, com ondas altas e ressaca. Elas podem gerar riscos para a navegação, pescadores e banhistas, de acordo com a Epagri. Por isso, o período requer atenção redobrada para evitar acidentes.
Os ciclones também contribuem no aumento do nível do mar, o que provoca alagamentos em municípios no Litoral do Estado, por exemplo.
No entanto, depois dessa fase inicial, quando o ciclone se afasta em direção ao mar, os ventos enfraquecem nas cidades litorâneas, mas permanece a formação de ondas maiores, o que gera excelentes condições para os surfistas.
Mudanças no mar animam surfistas
O surfista de Florianópolis, Kauan Damásio, cresceu convivendo com o mar e com as mudanças trazidas pelos ciclones extratropicais. Ele explica que a primeira percepção é que o mar fica extremamente bravo e as correntes oceânicas puxam mais que o normal.
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— As ondas também costumam vir de forma aleatória. Depois desse momento mais crítico, começa a ficar bom de surfar quando o vento vira para Nordeste, aí temos ondas mais consistentes e alinhadas — diz.
Segundo Kauan, a experiência local faz toda a diferença:
— O problema é a força do mar, as correntes puxando. Especificamente com os ciclones, têm também as mudanças climáticas, que variam muito. O que pode te salvar é o conhecimento do local, saber os canais de saída e tudo mais.
Até quando o ciclone estará em SC
De acordo com a Defesa Civil de Santa Catarina, o tempo no Estado deve ser influenciado pelo ciclone até o fim desta quinta-feira (31). A agitação marítima diminui ao decorrer do dia, com ondas entre três metros, no início do dia, e em torno de dois metros à noite.
Entre sexta-feira (1°) e sábado (2), o tempo deve seguir firme e o mar pouco agitado. No entanto, no domingo (3), uma nova frente fria volta a se aproximar de Santa Catarina, principalmente no Oeste e nas áreas de divisa com o Rio Grande do Sul.
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Na segunda-feira (4), as instabilidades se espalham para as demais regiões e dão condições para a ocorrência de pancadas de chuva a qualquer hora do dia.
*Sob supervisão de Luana Amorim
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