Formar músicos com uma educação humanista e de excelência é a grande missão do Musicarium Academia Filarmônica Brasileira há oito anos. Localizado em Joinville, no Norte de Santa Catarina, mais da metade dos estudantes da academia são bolsistas integrais da rede pública de ensino, que têm a oportunidade de terem suas vidas transformadas através da música.
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Os alunos são de diversos bairros de Joinville e até de cidades próximas, como Itapoá, Araquari e Jaraguá do Sul.
Confira fotos dos alunos no Musicarium
Para os estudantes, o Musicarium não é apenas um local onde se aprende música, mas também um espaço onde ela pode ser vivida e sentida. Ao andar pelos corredores da instituição, é possível ouvir o som de diferentes instrumentos em cada uma das inúmeras salas onde acontecem as aulas e ensaios.
Encantada por esse mundo, a aluna Júlia Luisa dos Santos, de 12 anos, conta que essa é uma paixão que vem de família e era inevitável não ser conquistada pela música. Há sete anos, fazer parte do Musicarium surgiu como uma oportunidade de aprimorar suas habilidades e construir uma carreira na área.
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— Com a nossa evolução, temos mais vontade de estudar e com isso a gente evolui ainda mais. Então, isso também faz com que nós sejamos pessoas melhores também. Isso ajuda também muito na escola. A música nos ajuda na escola porque música é matemática, música é vida, música nos ajuda em tudo — conta.
Companheira das aulas de violino de Júlia, a aluna Emanuelly Berg, 13 anos, também percebe sua evolução desde que iniciou junto com a amiga, como bolsista.
— Eu acho que fez muito bem para mim. É muito encantador fazer parte do Musicarium. Eu acho que eu tenho evoluído cada vez mais e isso me fez ter mais vontade de tocar e continuar — conta Emanuelly.
Entre os desejos da carreira que está construindo, Emanuelly pensa em, futuramente, ter a oportunidade de ser professora e repassar seus conhecimentos em sala de aula.
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De aluno a professor
Assim como a jovem musicista que está no caminho para a profissionalização, outros alunos do Musicarium também seguiram este caminho. Por exemplo, o Low Brass Musicarium, de instrumentos de metais, como trombones e tubas, conta com integrantes de nível mais avançado que passaram de alunos a professores.
Um deles é o Vander Luiz Hipólito Machado, de 25 anos, que teve contato com a música desde cedo. Com 10 anos, iniciou sua carreira na banda dos Bombeiros Voluntários de Joinville e mais tarde, em 2021, teve a oportunidade de participar do Musicarium.
— Entrei fazendo aula e pouco tempo depois o professor foi fazer mestrado e doutorado nos Estados Unidos e eu acabei assumindo o lugar dele para dar aula para os pequenos, os mais novos — explica.
Desde então, além de fazer parte do Low Brass, o músico também trabalha como professor de metais em Itapoá, onde mora atualmente. Toda semana, Vander vem a Joinville para os ensaios com o grupo.
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Gabriel dos Santos Guimarães, de 29 anos, tem uma história parecida com seu colega. Ele também ingressou na instituição em 2021 e posteriormente surgiu a oportunidade de dar aulas de música.
O músico conta que apesar de ter tentado formação em outras áreas, foi sua paixão pelos instrumentos que falou mais alto — Eu cheguei a ingressar e tentar outros cursos, outra profissão, mas eu ia com o trombone nas costas para ir para outro ensaio — relembra com diversão.
Musicalização para as crianças
Enquanto alguns estão há mais de uma década na profissão, algumas pessoas estão iniciando suas trajetórias agora. As amigas Helena e Manuela, de 5 e 6 anos, respectivamente, dividem a sala de aula todas as terças-feiras. Com um mini violino nos braços, as pequenas têm a oportunidade de se descobrirem na música.
Quem participa desse desenvolvimento junto com elas são seus pais, que acompanham de perto esse primeiro contato das meninas com o mundo da música.
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— Estamos bem contentes, porque ela está muito feliz com o instrumento e bem apaixonada pelo violino. Estamos gostando bastante do desenvolvimento dela, do crescimento dela, principalmente desse amor pelo instrumento — afirma Jeanie Aparecida Chagas Reinert, mãe da Manuela.
As aulas no Musicarium para as crianças na faixa etária das amigas Helena e Manuela acontecem uma vez por semana com duração aproximada de 30 minutos.
Planos de expansão do Musicarium
Sérgio Ogawa, diretor-presidente do Musicarium, conta que aproximadamente 60% dos alunos do Musicarium têm bolsas integrais e os outros 40% são contemplados com bolsas parciais. Ele explica que esta é uma grande oportunidade para que alunos da rede pública joinvilense possam ter uma formação de excelência na música.
— Hoje a grande maioria (dos alunos) vem da rede pública municipal, porque eles começam muito pequenininhos, começam até antes, com quatro anos de idade, tocando violino, musicalização. Aos sete eles já escolhem seus instrumentos de orquestra e estudam até o final da adolescência. Muitos já estão ingressando em faculdades de música na região Sul do Brasil e estão já se profissionalizando. O pessoal mais velho, da primeira geração, hoje estão aí entre 18 e 25 anos já — conta.
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Para Ogawa, o principal objetivo para o futuro do Musicarium é aumentar a capacidade de 160 para 500 alunos. Para isso, o atual corpo docente deverá aumentar de 25 para 120 professores.
O presidente explica que o Musicarium recebeu recentemente a doação de um terreno no bairro Cidade das Águas. Em breve, uma nova sede da Academia Filarmônica será construída no local.
— Nosso objetivo é construir dois edifícios interligados, com uma academia de música com 50 salas de aula para atender esses 500 alunos em vários turnos — explica.
Além de aumentar a quantidade de alunos contemplados, a nova sede promete alavancar o espaço da cultura na maior cidade de Santa Catarina. A expectativa de inauguração do novo espaço é para 2030.
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— Lá teremos a Orquestra Filarmônica Musicarium, tocando na sua casa, na sua sede, na sua sala de concertos, onde os joinvilenses vão poder assistir concertos semanais do Musicarium, de grandes orquestras, de grandes conjuntos musicais, além de ser um espaço para outros eventos. (…) É um futuro brilhante, onde o Musicarium pode abrir as portas, dar essa oportunidade, mesmo para quem não quer ser músico profissional — afirma.
Prêmio internacional
Recentemente, o Musicarium foi indicado ao Global Arts Prize for Innovation. O prêmio internacional reconhece organizações culturais inovadoras que fortalecem a relevância das artes na sociedade. Agora, a Academia Filarmõnica concorre a US$ 20.000 em dinheiro e US$ 10.000 para uma bolsa de estudos no Global Leaders Institute for Arts and Innovation, em Washington DC, nos Estados Unidos.
— Nossa missão é transformar vidas por meio da música, oferecendo oportunidades únicas para crianças que normalmente não teriam acesso a uma educação musical de excelência. Este prêmio reconheceria nosso impacto e nos ajudaria a expandir ainda mais nossa atuação — afirma Sergio Ogawa, diretor-presidente do Musicarium.
Saiba como votar
Para ganhar o prêmio, o Musicarium precisa receber indicações, que funcionam como votos, do público. Para votar, basta acessar o site oficial e preencher o formulário indicando o Musicarium, com uma breve justificativa, preferencialmente em inglês, para a indicação. O e-mail para citar como indicação é o contato@musicarium.org.br.
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*Sob supervisão de Leandro Ferreira
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