Além de estar presente no solo, na água e no ar, recentes pesquisas apontam que os microplásticos já estão em todo o corpo humano. Há três formas possíveis para essas pequenas particulas de plástico entrarem em nossos corpos: via comida e bebida, absorção pela pele e respirá-los por meio dos pulmões.
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Porém, um novo estudo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Freie Universität Berlin apontam que o nariz é uma rota de entrada de microplásticos direto para o cérebro e o olfato desempenha um papel crucial nisto.
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O olfato e a presença de microplásticos no cérebro
De acordo com um artigo publicado no The Conversation, por Michael Richardson, professor de desenvolvimento animal e Meiru Wang, pesquisador em biologia molecular e nanotoxidade, ambos da Leiden University, o olfato desempenha um papel importante na presença de microplásticos no cérebro. Isso porque, enquanto o cérebro possui uma barreira hematoencefálica, que o protege de substâncias nocivas, os nervos olfativos possuem uma ligação direta com o cérebro, ultrapassando essa barreira de proteção.
Essa “ligação direta” ocorre desde o nariz, onde os nervos olfativos partem até o crânio e vão para o bulbo olfativo, no cérebro. De acordo com os pesquisadores da USP e Freie Universität Berlin, os microplásticos respirados pelo nariz podem ser transportados por esses nervos olfativos diretamente até o cérebro.
Autópsia de 15 cérebros
Para chegarem a esta conclusão, os pesquisadores analisaram amostras de tecidos retiradas em autópsias de rotina de pessoas que morreram em São Paulo. Os pesquisadores analisaram especificamente os bulbos olfativos de 15 cérebros. Desse total, oito possuiam microplásticos nos bulbos olfativos. Porém, localizaram apenas 16 partículas de microplástico entre todos os oito cérebros.
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De acordo com o texto de Richardson e Wang, as “16 partículas de microplástico incluíam fragmentos, esferas e fibras, e eram feitas de polipropileno, náilon e outros tipos de plástico. Algumas das fibras podem ter vindo de roupas. Isso faz sentido porque lavar roupas confeccionadas com fibras sintéticas é uma fonte significativa dos microplásticos presentes no meio ambiente”.
Ainda não é possível compreender todos os possíveis riscos da presença de microplásticos no corpo humano.
*Texto adaptdo de artigo publicado no The Conversation, sob licença creadive commons para reprodução.
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