Dois crimes cometidos em Santa Catarina e no Paraná estão conectados, segundo a Polícia Científica de Santa Catarina (PCISC). Projéteis e estojos encontrados em uma ocorrência registrada em Itapoá, no Norte catarinense, estão relacionados a um homicídio que aconteceu em Guarapuava, no Paraná.

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Apesar dos municípios ficarem a quase 390 km de distância, uma análise confirmou a conexão dos crimes. A identificação foi possível devido à primeira correlação interestadual realizada pela Polícia Científica por meio do Banco Nacional de Perfis Balísticos, mantido pelo Sistema Nacional de Análise Balística (Sinab).

Como foi feito cruzamento de dados

De acordo com a PCISC, a análise foi feita por meio da comparação automatizada de imagens digitais dos elementos de munição armazenados no banco nacional. As marcas deixadas no momento do disparo permitiram identificar que os artefatos partiram da mesma arma de fogo.

O trabalho de busca por uma correlação, também chamada de “hit”, começa já na cena do crime. Conforme o órgão, o perito que atende uma ocorrência já realiza a coleta dos elementos balísticos para, posteriormente, adicionar esses vestígios aos encontrados durante exames de necropsia ou atendimentos hospitalares. Após triagem e agrupamento, o material é registrado, custodiado e encaminhado para o laboratório balístico.

Como funciona sistema de análise

O sistema Sinab é operado pela Polícia Científica em um laboratório de análise balística localizado em Joinville. Desde sua adesão, Santa Catarina integra o banco nacional, que reúne dados de todos os estados e da Polícia Federal.

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Com essa tecnologia, é possível identificar ligações entre diferentes ocorrências, tanto dentro do estado quanto em outros pontos do país, sem que haja previamente um suspeito ou arma apreendida. O sistema ranqueia as imagens por similaridade, e as correlações são verificadas por peritos criminais com uso de microscopia e exames de microcomparação balística.

— Essa correlação demonstra a força da integração entre os estados, a importância dessa tecnologia e a eficácia do SINAB. Santa Catarina é reconhecida como o estado mais seguro do Brasil, e a atuação da Polícia Científica tem papel fundamental nesse contexto, graças ao trabalho comprometido e técnico das nossas equipes periciais que atuam na linha de frente — explica a perita-geral da Polícia Científica de Santa Catarina, Andressa Boer Fronza.

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