No bairro da Barra, conhecido como berço histórico de Balneário Camboriú, está um dos maiores símbolos da cidade: a Capela Santo Amaro, também chamada de Igrejinha da Barra. Tombada como patrimônio histórico municipal e estadual, a construção guarda mistérios e memórias que remontam ao século XIX, quando Balneário ainda nem existia como município.

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A igreja é a edificação mais antiga da cidade e, segundo relatos orais transmitidos entre gerações, teria sido erguida com pedra bruta, conchas, areia e uma argamassa à base de óleo de baleia, informação que até hoje não foi totalmente comprovada. O que se sabe com certeza é que sua construção contou com mão de obra escrava e que ela resistiu ao tempo como a única edificação colonial preservada no município.

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De linhas simples e inspirada no estilo da Igreja de Nossa Senhora das Graças, em Olinda (PE), a capela abriga no altar imagens barrocas de Nossa Senhora do Bom Sucesso e de Santo Amaro, doadas pela Família Real Portuguesa no século XIX. No interior, os bancos de madeira e as pinturas murais reforçam o caráter histórico do espaço. Um dos símbolos mais lembrados é o sino rachado, que hoje está protegido em redoma de vidro.

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Registros oficiais e origem da fé na Barra

O primeiro documento que confirma a existência da capela é a Lei Provincial de 28 de março de 1840, que autorizava sua construção. Anos depois, em 1849, quando o Arraial de Camboriú se tornou freguesia, a capela passou a ser a Igreja Matriz do Bom Sucesso, antes de receber a atual denominação. Registros de batizados começaram em 1861, e de casamentos e óbitos, em 1863.

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Localizada no alto de uma escadaria em frente à Praça do Pescador, a Capela Santo Amaro oferece uma vista privilegiada da Barra Sul, da passarela da Barra e do Rio Camboriú. O cenário açoriano que compõe a paisagem ainda preserva a identidade cultural da região, marcada por tradições como a pesca artesanal e festas populares, além de construções históricas como a Casa Linhares.

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Em 2008, a igreja passou por um restauro que recuperou cores originais e garantiu a preservação do prédio. Como lembram historiadores e antigos habitantes do bairro, ela simboliza o nascimento de Balneário Camboriú e mantém viva a fé de quem construiu a cidade muito antes de ela ser conhecida pelo seu skyline moderno.

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