Organizar a paisagem e fazer a gestão dos espaços externos para garantir contato com a natureza, bem-estar, harmonia e qualidade de vida. Esta técnica, conhecida como paisagismo, nunca esteve tão relevante no universo da arquitetura e urbanismo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é recomendado que um centro urbano tenha, no mínimo, uma área verde de 12 m² por habitante. No entanto, o ideal seria 36 m², cerca de três árvores a cada morador.
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As áreas verdes urbanas têm diversos benefícios, que vão muito além da valorização visual. Elas podem ter a função de reduzir efeitos da poluição e de ruídos, influenciar na redução de temperatura, no balanço hídrico e na pureza do ar. Ainda, estes espaços estimulam a preservação da biodiversidade ecológica. Por estas e outras vantagens, grandes projetos paisagísticos compõem o cenário de diversas cidades do Brasil e do mundo.
Para explicar mais sobre estes locais, os especialistas da FG Arquitetos Associados elencaram os cinco maiores projetos de paisagismo do mundo. Eles também explicam quais são as principais características e quais referências podem ser utilizadas no cotidiano.
Confira a lista:
5 – Instituto Inhotim, no Brasil
Este projeto é uma das maiores expressões de paisagismo do país. Localizado em um espaço privilegiado entre os biomas da Mata Atlântica e o Cerrado, no município de Brumadinho (MG), o Instituto Inhotim é um museu de arte contemporânea e jardim botânico, conhecido por ser um dos maiores museus a céu aberto do mundo.
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Ao todo, o espaço compreende 140 hectares de visitação, em um jardim que conta com mais de 4,3 mil espécies. Quem criou e executou o projeto do Instituto foi o renomado arquiteto e paisagista Luiz Carlos Orsini, que trabalhou no espaço entre os anos 2000 a 2006. Atualmente, o Instituto Inhotim serve de palco para cursos sobre paisagismo.
4 – Jardins de Versailles, na França
Localizado em Paris, na França, o Jardim do Palácio de Versailles recebe milhões de turistas anualmente. Este espaço, pensado para atender as ambições do rei Luís XIV, foi meticulosamente planejado para aproveitar o melhor da luz solar. Foi através do conhecimento do paisagista e jardineiro André Le Nôtre que o jardim ganhou vida e impressionou todas as pessoas que já o visitaram.
Le Nôtre trabalhou para garantir a perfeição deste jardim entre os anos de 1661 até a sua morte, em 1700. Os Jardins de Versailles ocupam cerca de oitocentos hectares de terra, e em 1979, foram considerados parte do patrimônio mundial pela Organização das Nações Unidas Para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
3 – Kew Gardens, na Inglaterra
Jardim botânico com uma das maiores e mais diversificadas coleções de plantas vivas do mundo, o Kew Gardens é, desde a sua origem, dirigido por grandes naturalistas de renome mundial. Localizado no bairro de Richmond upon Thames, em Londres, no Reino Unido, o espaço conta com mais de 30 mil tipos diferentes de plantas.
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O lugar é considerado, desde 2003, como um dos Patrimônios Mundiais da Unesco. Considerado um dos centros de excelência em investigação botânica, o Kew Gardens é um dos principais pontos turísticos de Londres. É o destino ideal para quem se interessa por paisagismo e pesquisa da flora mundial.
2 – Keukenhof, na Holanda
O famoso jardim de tulipas da Holanda é o maior do mundo quando se fala em flores. Anualmente, cerca de sete milhões de bolbos de flores são plantados no espaço, o que garante um cenário colorido e impressionante na primavera. Em 2022, o jardim ficará aberto para visitação entre os dias 24 de março a 15 de maio.
Em cada temporada, o paisagismo de Keukenhof tem um tema diferente, que aparece nas diferentes espécies de tulipas plantadas anualmente. Ele está localizado a cerca de 30 quilômetros da capital Amsterdã, em Lisse.
1 – Giverny, na Franca
A pouco mais de uma hora de Paris, na França, Giverny foi o espaço que rendeu inspirações ao pintor Claude Monet. Esta pequena cidade é conhecida mundialmente por suas belezas naturais, rodeada por jardins impressionantes. Quem visita a Giverny pode conhecer a casa onde o pintor morou por 43 anos, que atualmente abriga a Fundação Claude Monet.
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Para quem se interessa pelo universo paisagístico, os jardins da residência do pintor são os maiores destaques da cidade. Neles, é possível encontrar uma quantidade enorme de flores, um lago e até mesmo um espelho d’água – chamado de Jardin d’Eau é retratado nos quadros do impressionista.
Os arquitetos e urbanistas do FG Arquitetos Associados, Marcel Elias Felisberto e Juliano Giuliani Pereira, explicam que o elo conector entre estes projetos está no uso de materiais naturais na composição das plantas, e também na utilização de elementos naturais como lagos, córregos de água, pedras e madeiras. Com estas características, os jardins transformam-se em verdadeiras obras de arte e compõem cenários românticos e belos, avaliam os especialistas.
Ainda de acordo com os especialistas, a função desses projetos vai muito além do que encher os olhos. Eles contribuem para incluir e recompor espaços urbanos e geográficos, e também para organizar a paisagem visual para criar espaços de uso público e contemplativo, o que é função do paisagismo. Através do contato direto com a natureza, estes ambientes proporcionam bem estar a quem os visita.
O uso de cores, elementos e materiais naturais, além da própria composição de plantas disponíveis nestes grandes projetos, são frutos de inspiração e referência para muitos paisagistas. De acordo com Marcel e Juliano, a busca por essas inspirações é fundamental na rotina de um paisagista.
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— Um jardim ou um projeto paisagístico é criação para servir de refúgio na busca do bem estar ou mesmo um espaço de contemplação. Sempre procuramos criar uma relação entre espaço, natureza e pessoas. Então, são diversas as características aplicadas em nossos projetos, mas o importante é incorporar a natureza de forma natural — destaca Juliano.
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