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Especialista reforça a importância da aplicação da segunda dose
Ao menos 31 cidades já vacinaram 100% da população de 18 anos ou mais com a primeira dose contra a Covid-19 em Santa Catarina. Os dados fazem parte de um levantamento feito pelo Diário Catarinense com dados do Ministério da Saúde (MS) e do Governo do Estado (veja a lista completa das cidades abaixo).
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A estimativa é que Santa Catarina tenha uma população vacinável de 5.573.220 pessoas, segundo o Ministério da Saúde. A pasta considera para esse critério moradores que tenham 18 anos ou mais. A reportagem entrou em contato com o ministério para saber como o cálculo é realizado, mas não teve retorno até esta publicação.
A média de população entre os municípios catarinenses que já atingiram a meta é de 3.889 habitantes. Santo Amaro da Imperatriz é a cidade com o maior número de habitantes: 23.579, sendo 18.633 vacináveis - desses 18.857 já se vacinaram (101,20%). Já Santiago do Sul é o menor, com uma população de 1.253, com 993 pessoas aptas a receber a vacina - desses, 1.077 já tomaram a primeira dose (108,46%).
A maioria dessas cidades está localizada na região Oeste - 10 no total. Grande Florianópolis, Extremo Oeste e Serra têm cinco, cada. São quatro no Meio-Oeste, uma no Sul, e uma no Alto Vale do Itajaí. Não há cidades das regiões Norte, Vale do Itajaí e Planalto Norte no levantamento.
A cidade que tem o melhor índice de vacinação com a primeira dose, de acordo com o levantamento, é Piratuba, no Meio-Oeste catarinense. Segundo o Ministério da Saúde, ela tem uma população vacinável de 2.951 pessoas.
Até domingo (22), 3.708 primeiras doses tinham sido aplicadas, o que dá um total de 125,65% vacinados. Em relação à segunda dose, 55,57% das pessoas com mais de 18 anos já estão totalmente imunizadas na cidade - 1.640.
Mas não é só entre aqueles aptos a receber o imunizante em que a cidade se destaca. O avanço também fica evidente ao olhar os dados da população em geral. Isto porque Piratuba é o município com o maior percentual da população total vacinada em Santa Catarina. Até sexta-feira, 95,75% dos 3.745 habitantes tinham recebido a primeira dose contra Covid.
Entre as três maiores cidades de Santa Catarina, Florianópolis é a que tem o melhor desempenho em relação à população vacinável, com 91,02% das pessoas com mais de 18 anos com a primeira dose e 47,09% com a segunda. Em seguida, vêm Joinville, com 72,49% na primeira e 29,83% na segunda, e Blumenau, com 71,94% na primeira e 33,94% na segunda.
No levantamento, um município apareceu com mais de 70% da população vacinável imunizada em Santa Catarina. Ipuaçu, no Oeste, tem 74,43% dos moradores com 18 anos ou mais com as duas doses ou a vacina de dose única. Se levar em conta a população total da cidade -7.579 habitantes - 49,90% já foi totalmente imunizada contra o vírus.
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No levantamento, Sombrio, no Sul do Estado, foi a cidade que apresentou o pior índice de vacinação da população com 18 anos ou mais, seja na primeira dose ou na segunda. Segundo o Ministério da Saúde, 22.869 pessoas estão aptas a receber a vacina no município, mas apenas 37,07% ganharam a primeira dose, enquanto 12,34% recebeu a segunda.
O município diz que os números estão desatualizados por conta de um problema na digitação dos dados. Segundo a enfermeira responsável pelo setor de epidemiologia e imunização de Sombrio, Andréa Simon Martins, a equipe não consegue suprir a demanda e, por isso, os dados estão defasados.
— A mesma pessoa que faz a aplicação é quem sobe os dados no sistema. Como estamos aplicando uma grande quantidade de doses diariamente, nossa digitação atrasou — explica.
Na cidade, os dados da pessoa vacinada são contabilizados de forma manual para que, depois, sejam digitalizados. Andréa alega que o município já está se organizando para colocar as informações em dia, mas que isso deve levar até 30 dias. Atualmente, Sombrio está vacinando pessoas com 18 anos.
— Sei que os dados estão atrasados e contam muito para as estatísticas. Mas colocaremos em dia — alega.
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Apesar dos números positivos, o médico infectologista Ricardo Freitas reforça que só a primeira dose não é suficiente. Ou seja, a mesma adesão da primeira também precisa acontecer na hora da população tomar a segunda dose.
— Com a primeira dose, já temos um percentual de eficácia, mas não o suficiente para ter a sensação de segurança, isso ainda é muito cedo. Ou seja, temos que esperar ao menos até novembro para que, dai sim, com as duas doses, se pense em um cenário normal — salienta.
O infectologista diz, ainda, que a segunda dose também é fundamental para evitar o avanço da variante Delta. Segundo ele, o Estado pode registrar uma "explosão" de casos relacionados à mutação em até 45 dias.
— É fato que as vacinas reduziram o número de casos e diminuíram a mortalidade. O que vemos em outros países é que a taxa de mortalidade é muito maior naqueles que não se vacinaram. Estamos conseguindo sair [desse cenário de pandemia], apesar da variante delta — argumenta.
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O Diário Catarinense questionou a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive-SC) sobre qual é a orientação aos municípios que já atingiram as metas de vacinação para a primeira dose. Em nota, a pasta informou que as cidades devem seguir, agora, com a aplicação da seguda dose na população adulta.
Caso haja a sobra de vacinas, os municípios devem informar a regional de saúde para que seja feito o remanejamento das doses para outras cidades que ainda precisam avançar na vacinação.
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