Um teste simples com iodo pode ajudar consumidores a identificar possíveis adulterações na creatina, um dos suplementos mais populares entre praticantes de atividades físicas. A técnica foi apresentada pelo professor Henrique Esi Toma, do Instituto de Química da USP, durante entrevista ao programa Fantástico do último domingo (01).

Continua depois da publicidade

Siga as notícias do Hora no Google Notícias

Clique e participe do canal do Hora no WhatsApp

Continua depois da publicidade

O alerta sobre suplementos adulterados

O tema ganhou destaque após a interdição de uma fábrica terceirizada em Jundiaí, São Paulo, que produzia suplementos para a Soldiers Nutrition. A polícia descobriu que o local operava sem licença, levantando questionamentos sobre a qualidade dos produtos. Reclamações de clientes, como creatina empedrada e até a presença de larvas no suplemento, também foram expostas em mensagens obtidas pela reportagem do programa.

Embora uma amostra da Soldiers tenha sido aprovada em testes laboratoriais encomendados pela Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri), a análise revelou um cenário preocupante: de 88 marcas avaliadas, 18 foram reprovadas por não atingir o mínimo de 80% de creatina pura exigido por lei, e 10 sequer continham creatina em sua composição.

Uma das adulterações mais comuns, segundo a Abenutri, é a adição de amido ao suplemento, prática que compromete sua eficácia e qualidade.

Continua depois da publicidade

Como funciona o teste caseiro

Para identificar a presença de amido, o professor Toma recomenda o seguinte procedimento:

  1. Misture o pó do suplemento com água.
  2. Adicione algumas gotas de iodo.

Se o suplemento for puro, a solução terá uma coloração amarela intensa. Caso a mistura escureça, é um indicativo da presença de amido em quantidade superior ao permitido. Vale ressaltar que o teste caseiro detecta apenas amido, mas outras adulterações não são identificadas.

Preocupações e medidas

A Soldiers Nutrition negou as acusações em nota oficial, argumentando que os produtos recolhidos não passaram por perícia e que as reclamações sobre creatina empedrada ou contaminada não condizem com os lotes comercializados. Apesar disso, o caso acendeu um alerta sobre a importância da fiscalização no setor e do cuidado dos consumidores na escolha de suplementos.

Continua depois da publicidade

A Abenutri recomenda que os consumidores verifiquem a procedência dos produtos, optando por marcas confiáveis e exigindo certificações de qualidade. O caso reforça a necessidade de atenção redobrada com o que se consome, especialmente em produtos destinados à saúde e ao desempenho físico.

Leia também

Do que é feita a creatina?

O que a creatina faz com o seu corpo quando você consome

11 mitos e verdades sobre o uso da creatina

Destaques do NSC Total