Situado na região Oeste de Santa Catarina, Chapecó contribui de forma muito expressiva para que o Estado continue a ser o maior produtor nacional de suínos, o segundo maior produtor de aves, o quarto maior produtor de leite, além de se destacar em outras atividades do agronegócio, que segue com grande destaque na economia catarinense. Esta locomotiva que deu ao município o título de Capital da Agroindústria Brasileira é movida por milhares de famílias de pequenos agricultores.
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Em 2020, o setor respondeu por 70% das exportações e alcançou um faturamento superior a US$ 5,7 bilhões. Também por isso, Nelson Eiji Akimoto, presidente da Associação Comercial e Industrial de Chapecó (Acic), brinca quando lhe é pedido uma análise da economia local e as taxas de desemprego que assombram o país:
– Evidente que consideramos o impacto de alguns fatores adversos, como a pandemia da Covid-19, mas o que mais se ouve entre os empresários é que “em Chapecó só não trabalha quem não quer”.
Para o dirigente, o desemprego ocasionalmente ocorre pela falta de qualificação, de incentivo para o primeiro emprego e fechamento de alguns negócios, assim como a redução de equipe devido a pandemia e até mesmo a existência do Programa de Auxílio Emergencial do governo federal. De acordo com Akimoto, na região, enquanto alguns setores foram mais atingidos, como o de eventos, turismo, bares, restaurantes e similares, a cadeia produtiva do agro manteve-se em alta.
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– Tivemos recordes de produção e exportação de frangos e suínos em 2020, com a mesma tendência nesse início de ano. As agroindústrias da região anunciaram investimentos milionários e isso reflete em todo meio empresarial, comércio regional e no boom da construção civil – explica.

Akimoto acredita que a chegada da vacinação para todos tornará a expectativa muito boa. Estima que o agronegócio puxará ainda mais o setor metalmecânico, elétrico e da construção civil, assim como a cadeia de insumos, gerando novos empregos. Para ele, é preciso tirar o aprendizado do que se viveu:
– Não podemos querer voltar ao “normal”, temos que voltar “melhor” em tudo. Esse será o grande objetivo a ser atingido.
Logística está entre os desafios
Os números da administração municipal corroboram para o otimismo do dirigente da Associação Comercial e Industrial de Chapecó. Apesar de o sistema de saúde ter entrado em colapso por causa da pandemia – ao ponto de enviar pacientes para outros municípios e mesmo ao estado do Espírito Santo – Chapecó manteve saldo positivo na geração de empregos. Em janeiro e fevereiro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) atingiu 2.306 vagas. O setor de serviços liderou o saldo positivo, com 843 vagas, seguido da indústria, com 824 vagas e construção civil, com 405 vagas.
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As perspectivas seguem boas, pois somente nos primeiros 100 dias de governo a Secretaria de Desenvolvimento Urbano concedeu alvarás de construção para 660 mil metros quadrados, o triplo de 2020, o que representa mais de R$ 1 bilhão em investimentos. Além disso, as cooperativas e agroindústrias têm projetos de investimentos próximos de R$ 1 bilhão em expansão de plantas e novas fábricas.

Chapecó é o quarto maior parque industrial de Santa Catarina. Mas a questão logística segue como um dos desafios, como ocorreu recentemente com o milho tão necessário para alimentar a agroindústria e que mais uma vez chega caro até as granjas. A Ferrovia Norte-Sul nunca saiu e o escoamento ocorre pelas BRs 282 e 470, que fazem a ligação com os portos do Litoral Norte do Estado. Aos poucos, as obras trazem um alento para o setor produtivo.
As obras de 11,4 quilômetros do contorno viário estão 15,5% concluídas. O valor previsto é de R$ 36 milhões, sendo R$ 25 milhões do governo do Estado e o restante da prefeitura. Pelos menos 250 caminhões por dia serão desviados pelo novo trajeto. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Urbano, Valmor Scolari, a obra irá desafogar o tráfego pesado numa região que conta com investimentos de cooperativas e agroindústrias. Além do potencial para o recebimento de novos empreendimentos. Outro benefício da obra do contorno é facilitar o acesso a universidades, como Unochapecó e a Fronteira Sul, de estudantes vindos de outros municípios. A conclusão está prevista para julho de 2022.
As estradas do interior seguem em recuperação, com cascalhamento, patrolamento, compactação e limpeza de sarjetas em 12 comunidades. Nos cálculos da Secretaria de Obras são aproximadamente 110 quilômetros em revitalização, o que é considerado fundamental para o escoamento da produção.
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