Produtos de madeira, motores e materiais elétricos compõem a lista de produtos fabricados em Santa Catarina com maior volume de vendas para os Estados Unidos. Esses setores devem ser os mais impactados pelo “tarifaço” anunciado nesta quarta-feira (10) pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra todos os produtos brasileiros. A taxa extra de 50% deve entrar em vigor em 1º de agosto, segundo carta divulgada por Trump.
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O Observatório da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) aponta que a economia de Santa Catarina já vendeu 847,2 milhões de dólares em produtos para os Estados Unidos este ano, entre janeiro e junho. O segmento de obras de carpintaria para construções, que consistem em painéis de madeira usados na construção civil, incluindo painéis para revestimentos de pisos e base para telhados, representa o maior volume de vendas, com 118 milhões comercializados no primeiro semestre deste ano. O valor equivale a 14% de todas as exportações de SC para os EUA.
Ao longo de 2024, o Estado vendeu 1,7 bilhão em produtos aos Estados Unidos. Os três produtos mais comercializados foram os mesmos do primeiro semestre deste ano, puxados por obras de carpintaria para construções, que teve 283,8 milhões de dólares negociados com o país de Trump.
Nacionalmente, os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, mas para Santa Catarina os EUA ainda são o maior mercado internacional. O país respondeu por 14% das exportações brasileiras no primeiro semestre deste ano, seguido por China (9,9%) e Argentina (7%).
Volume de importações ainda é maior
Apesar do volume de vendas, a balança comercial de SC com os Estados Unidos ainda apresenta déficit, já que foram importados dos EUA 1 bilhão de dólares em produtos no primeiro semestre, o que resultou em um saldo negativo de 235 milhões de dólares. Na carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Trump alegou que os Estados Unidos registrariam déficit nas relações comerciais com o Brasil, o que não se confirma nos dados de vendas no mercado internacional do país e nem do Estado.
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Após o anúncio de Trump, a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) afirmou que o tarifaço vai gerar desemprego no Estado e defendeu a diplomacia na negociação entre os países para evitar a aplicação da taxa a partir do próximo mês.
Sem poder exportar aos EUA, a opção é jogar para um outro país as vendas. Mas não existe mercado para comprar o volume que nós produzimos. E o mercado interno também não suporta tudo o que nós fazemos – afirmou o presidente eleito da Fiesc, Gilberto Seleme, em entrevista à colunista Estela Benetti, do NSC Total.
Ranking de produtos de SC mais exportados aos EUA
- 1º) Obras de carpintaria para construções: 118,5 milhões de dólares (14%)
- 2º) Motores elétricos: 82 milhões de dólares (9,7%)
- 3º) Partes de motor: 72,3 milhões de dólares (8,5%)
- 4º) Madeira serrada: 59,1 milhões de dólares (7%)
- 5º) Madeira em forma: 58,7 milhões de dólares (6,9%)
- 6º) Outros móveis: 58 milhões de dólares (6,8%)
- 7º) Madeira compensada: 54,5 milhões de dólares (6,4%)
- 8º) Transformadores elétricos: 31,9 milhões de dólares (3,8%)
- 9º) Partes e acessórios para veículos: 30,8 milhões de dólares (3,6%)
- 10º) Carne suína: 24 milhões de dólares (2,8%)
Fonte: Observatório da Fiesc, de janeiro a junho de 2025
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