A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cumpriu o prazo para as explicações sobre a tentativa de rompimento da tornozeleira eletrônica do político e disse que “inexiste risco de fuga”, como alegou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no pedido de prisão preventiva. Bolsonaro está preso desde a manhã de sábado (22).
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Os advogados de Bolsonaro reiteraram a versão do ex-presidente de que ele teria tido uma “confusão mental” provocada por medicamento ingeridos durante o feriado.
“Ao contrário do que foi apontado, não houve qualquer tentativa de fuga ou de se furtar à aplicação da lei penal”, diz o documento enviado ao STF.
A defesa informou, ainda, que foi feita uma nova avaliação pelo médico pessoal de Bolsonaro enquanto ele está na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Os advogados alegaram, ainda, que Bolsonaro “começou a apresentar novos efeitos colaterais em razão das diferentes medicações prescritas, passando a ter pensamentos persecutórios e distantes da realidade”.
Com isso, os advogados reiteraram o pedido de prisão domiciliar humanitária, já protocolado na sexta-feira (21). Para a defesa, a tentativa de romper a tornozeleira eletrônica demonstra “a situação delicada de saúde do ex-presidente”, também citando relatórios médicos anexados ao processo.
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“Nada, na ação descrita nos documentos produzidos pela SEAP, narra uma tentativa de fuga ou de desligamento da tornozeleira eletrônica. Muito pelo contrário, expõe um comportamento ilógico e que pode ser explicado pelo possível quadro de confusão mental causado pelos medicamentos ingeridos pelo Peticionário, sua idade avançada e o estresse a que está inequivocamente submetido”, escreveram os advogados na petição.
O ministro Moraes analisará o pedido. Além disso, a Primeira Turma do STF deve, na segunda-feira (24), referendar a decisão que determinou a prisão preventiva.
“Surto”
A prisão de Bolsonaro foi ordenada a partir de um pedido da Polícia Federal. Neste domingo, a prisão foi mantida após uma audiência de custódia. Na sessão, ele alegou que a tentativa de violar a tornozeleira eletrônica foi em razão de um “surto”, causado por medicamentos.
Um relatório da Secretaria de Administração Penitenciária (Seape) do Distrito Federal, que mostra um vídeo onde o equipamento aparece danificado, queimado. No registro, Bolsonaro afirmou que tentou abrir o dispositivo com um ferro de solda. Esse vídeo também foi citado pela defesa, onde os advogados dizem que Bolsonaro aparece com “fala arrastada e ainda confusa”
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“Depoente [Bolsonaro] afirmou que estava com ‘alucinação’ de que tinha alguma escuta na tornozeleira, tentando então abrir a tampa”, diz a ata da audiência, protocolada pela juíza auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, Luciana Sorrentino.
Bolsonaro disse ainda que “não se lembra de ter um surto dessa natureza em outra ocasião”, e que o episódio pode ter sido provocado por um medicamento novo.
O que levou à prisão de Bolsonaro
*Com informações do g1 e O Globo










