O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse que mantém uma agenda intensa de articulações nos Estados Unidos, para onde se mudou em fevereiro deste ano para pressionar por sanções em defesa do pai, Jair Bolsonaro (PL), e de investigados na ação sobre tentativa de golpe. Em entrevista à colunista do O Globo, Bela Megale, ele disse que trabalha por novas medidas dos EUA contra o Brasil em resposta à prisão domiciliar do ex-presidente.

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— Trabalho sim, neste sentido. Estou levando a prisão ao conhecimento das autoridades americanas e a gente espera que haja uma reação. Não é da tradição do governo Trump receber essa dobrada de aposta do Alexandre de Moraes e nada fazer. O que eles vão fazer, eu não sei. Não sei se isso vai passar pela mesa do Trump ou pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. Espero que haja uma reação nos próximos momentos — declarou o político.

Após a prisão de Bolsonaro, Eduardo citou os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PR), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), como possíveis alvos de novas medidas punitivas por parte do governo americano. Recentemente, os EUA aplicaram a Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes.

— Uma vez que não é pautado o impeachment do ministro Alexandre de Moraes no Senado, uma vez que o presidente da Câmara não pauta uma anistia, eles estão entrando no radar das autoridades americanas — alegou.

O deputado também afirmou que vai à Casa Branca “quase toda semana” desde que está nos EUA, fazendo reuniões com parlamentares como María Elvira Salazar, Richard McCormick e Chris Smith, além do assessor político Steve Bannon. Ele descartou a possibilidade de retornar ao Brasil no curto prazo, alegando risco de prisão:

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— Se eu retornar, sei que vou ser preso. (…) Os meus planos aqui são: ou tenho 100% de vitória, ou 100% de derrota. Ou saio vitorioso e volto a ter uma atividade política no Brasil, ou vou viver aqui décadas em exílio. É o que eu estou assumindo, estou aceitando esse risco, porque eu acho que vale a pena.

Quanto custa o gabinete mantido pelo deputado Eduardo Bolsonaro mesmo fora do Brasil

Veja cronologia que levou à prisão de Jair Bolsonaro

Entenda os motivos da prisão domiciliar de Jair Bolsonaro

Jair Bolsonaro (PL) teve, na segunda-feira (4), a prisão domiciliar decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Na decisão divulgada, o ministro cita diversas violações das medidas cautelares impostas por ele anteriormente, como a publicação de conteúdo com o objetivo de coagir o STF e obstruir investigações que ainda estão em andamento. As informações são do g1.

Entre as razões citadas por Moraes, está o descumprimento pela segunda vez das medidas cautelares, “que justifica a imposição da prisão domiciliar”.

Além disso, Bolsonaro teve uma “conduta ilícita dissimulada”, de acordo com o ministro, por preparar material fabricado para ser divulgado durante as manifestações que ocorreram pelo país neste domingo (3) e nas redes sociais. Por meio destes vídeos, áudios e publicações, Bolsonaro teria mantido uma conduta “delitiva”, segundo Moraes, como uma chamada de vídeo realizada por Bolsonaro com o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG).

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Uma postagem nas redes sociais foi feita pelo filho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em que Bolsonaro aparece fazendo uma ligação para Flávio durante o ato no Rio de Janeiro, com uma mensagem para os apoiadores:

“Boa tarde, Copacabana. Boa tarde, meu Brasil. Um abraço a todos. É pela nossa liberdade. Estamos juntos”, disse Jair Bolsonaro.

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