O perito Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, foi denunciado pela Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo por peculato e organização criminosa. Além dele, outras 13 pessoas foram denunciadas, incluindo um juiz do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). As informações são da Folha de S. Paulo.
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De acordo com a procuradoria, o grupo teria montado um esquema para desviar dinheiro sob a posse indireta do juiz Peter Eckschmiedt, da 2ª Vara Cível de Itapevi, na Grande São Paulo. Os valores seriam provenientes de heranças ainda não partilhadas ou de bens de idosos incapazes.
As investigações apontaram que, nesse esquema, o juiz determinava bloqueios de bens com base em ações de cobrança geradas a partir de títulos falsificados para que os valores fossem transferidos a integrantes da organização. A defesa de Tagliaferro nega a conduta.
Veja fotos de Eduardo Tagliaferro
Três casos são mencionados na denúncia, ocorridos em 2023. Em janeiro de 2024 outra juíza assumiu temporariamente processos do juiz Eckschmiedt, momento em que o Ministério Público foi acionado e comunicou o fato à Polícia Civil.
Tagliaferro foi chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante o período em que Moraes presidia o órgão. Nesta terça (2), em uma audiência no Senado, ele acusou o ex-chefe de forjar relatórios com o intuito de justificar uma operação que tinha como alvo empresários bolsonaristas, em agosto de 2022.
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Moraes negou irregularidades através de nota após a audiência, e disse que as ações nessa e em outras investigações ocorreram de forma oficial e regular com informe à Procuradoria-Geral da República.
Os advogados Paulo Hamilton Siqueira Junior e Paulo Herschander, que defendem Eckschmiedt, informaram em nota que vão se manifestar apenas no processo porque o caso está em sigilo.
“Por ora, [o juiz] nega veementemente os fatos que lhe foram imputados, os quais serão devidamente esclarecidos no momento oportuno, por meio da defesa técnica a ser apresentada nos autos. A defesa reforça o compromisso com a verdade, com o devido processo legal e o respeito às instituições”, diz a defesa.
A Folha de S. Paulo tentou contato com o advogado Eduardo Kuntz, que defende Tagliaferro, mas não obteve sucesso até a publicação dessa matéria.
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