A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (Noaa) atualizou nesta quinta-feira (12) quais as probabilidades de um El Niño ou La Niña se formar nos próximos meses. Os fenômenos são conhecidos pelo impacto climático em diferentes regiões do mundo, incluindo Santa Catarina. Em período de neutralidade — ou seja, a ausência dos dois — desde o ano passado, a página deve demorar a virar.

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Isso porque, pelo comunicado da agência internacional, a fase neutra deve dar lugar à negativa (La Niña), mas provavelmente apenas no próximo ano. “Em resumo, há 48% de chance de neutralidade e 41% de chance de La Niña em novembro-janeiro”, diz o texto científico.

Na prática, isso significa que o Estado não terá a interferência do fenômeno ao menos nesse próximo semestre. Assim, o tempo fica mais à mercê de outras variabilidades, como a chamada Oscilação Antártica. De modo geral, se nada contribui de forma expressiva às alterações nos padrões atmosféricos, espera-se estações bem definidas. No caso de Santa Catarina é o inverno mais seco, primavera chuvosa e verão com os tradicionais temporais.

Desde o fim do El Niño, que teve influência na tragédia climática do Rio Grande do Sul ano passado, a expectativa era de que o período neutro fosse rapidamente dar lugar ao La Niña, algo que não se confirmou. As temperaturas do oceano até ficaram negativas, mas não por tempo suficiente para configurar o La Niña. Ainda assim, alguns impactos do “quase La Niña” foram sentidos no Estado, como a estiagem no Oeste.

Entenda o La Ninã em 10 passos

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Entenda o El Niño

O El Niño é a fase positiva do fenômeno chamado El Niño Oscilação Sul (ENOS). Quando ele atua, o calor é reforçado no verão e o inverno é menos rigoroso no Brasil. Isso ocorre porque ele dificulta o avanço de frentes frias no país, fazendo com que as quedas de temperatura sejam mais sutis e mais breves.
O fenômeno causa secas no Norte e Nordeste do país (chuvas abaixo da média), principalmente nas regiões mais equatoriais, e provoca chuvas excessivas no Sul e no Sudeste.

O que é a Oscilação Antártica

A Oscilação Antártica é como se houvesse no gelado continente um “anel” de ventos fortes girando em torno dele. Quando esses ventos estão intensos e perto da Antártica (oscilação positiva), o frio fica por lá e há a tendência de tempo seco no Sul do Brasil. Quando eles estão fortes e se espalham (oscilação negativa), o frio pode chegar com mais intensidade à Argentina a estados como Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

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