O senador catarinense Esperidião Amin defendeu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) busque um contato com o presidente norte-americano Donald Trump para tentar negociar um recuo ou um adiamento no início do tarifaço de 50% sobre os produtos brasileiros, que tem entrada em vigor prevista para a sexta-feira (1º). A afirmação foi feita em um vídeo divulgado pelo senador após o primeiro dia de reuniões da missão de oito senadores que está nos Estados Unidos para tentar reverter a decisão do governo norte-americano de sobretaxar itens brasileiros.
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Segundo Amin, a medida seria uma obrigação do presidente e respeitaria a confiança conquistada por empresas brasileiras no mercado norte-americano.
Veja fotos da reunião de senadores nos EUA
— Percebendo aqui as dificuldades criadas por este novelo de ideologia política, um pouco de radicalismo, é indispensável, é um dever do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, procurar um contato com o presidente Trump. É um dever. Pode não ser um prazer, mas é necessário, como homenagem aos trabalhadores, aos empresários que conquistaram confiança dos nossos compradores americanos, e agora, surpreendidos, podem ver comprometida essa confiança — afirmou.
Nos últimos dias, lideranças próximas a Lula afirmaram que o presidente teria descartado a possibilidade de uma ligação para Trump a fim de discutir o assunto, sob o entendimento de que o contato poderia ser um sinal de fraqueza. Apesar disso, o governo Lula deixou a porta aberta para negociar por meio do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que está em agenda nos Estados Unidos e aguarda uma sinalização do governo norte-americano para negociações. Na sexta-feira, Lula afirmou em um discurso que o dia em que Trump quiser conversar, o Brasil estaria “pronto e preparado para discutir”.
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Amin participou das reuniões esta segunda-feira, primeiro dos três dias de missão da comissão de senadores nos Estados Unidos. A primeira reunião, com a Câmara Americana de Comércio, abordou os impactos da medida sobre a economia brasileira e também norte-americana, já que o perfil dos produtos exportados pelo Brasil rende historicamente superávits ao governo dos Estados Unidos. O grupo ainda tem agendas até a quarta-feira para tentar reverter ou pelo menos adiar a entrada em vigor do tarifaço.
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