As cenas do filme Rambo 3, de 1988, voltaram a chamar atenção após a crise atual no Afeganistão, que coincide com história da trama. O filme se passa em uma guerra causada por grupos rebeldes que lutavam contra a União Soviética (URSS), após o país invadir o Afeganistão. As informações são do G1.
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Na história, o veterano da guerra do Vietná John Rambo, interpretado por Sylvester Stallone, tem a missão de resgatar seu antigo mentor coronel Samuel Trautman (Richard Crenna), capturado pelos soviéticos em território afegão. O filme se passa na fronteira com o Paquistão, e Rambo tenta invadir o Afeganistão ao explicar que outras pessoas tentaram conquistar o país e falharam.
Mais de 30 anos depois, as notícias sobre o avanço do Talibã após a retirada das Forças Armadas dos Estados Estudos tomaram conta do mundo. O grupo extremista voltou ao comando do Afeganistão depois de 20 anos da invasão americana. Foi com o apoio dos Estados Unidos que os rebeldes venceram os soviéticos em 1990.
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Ao G1, o doutor em história social e professor de relações internacionais, Sidney Ferreira Leite, explica que os americanos deixaram a região em segundo plano depois de vencer os soviéticos. Segundo ele, os Estados Unidos não contribuíram para que o Afeganistão se tornasse uma nação.
– Neste sentido, Rambo 3 é um documento histórico do fracasso da política externa dos Estados Unidos e do projeto americano de ser um farol para o mundo – diz.
Invasões no país
O Afeganistão já passou por diversos conflitos. Seja por causa da sua localização ou economia. Seu território foi dominado por diferentes povos, e as invasões árabe, a partir do século 7, levaram o Islã até a região.
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As primeiras disputas foram marcadas por invasões britânicas no século 19. Em 1979, os soviéticos invadiram o país para ameaçar os soldados que diziam levar à URSS a luta em nome do Islã.
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O filme, no entanto, mostra os esforços dos americanos contra os soviéticos no Afeganistão, na época. Os Estados Unidos vão até o Afeganistão ajudar a defender a população do massacre soviético.
Os rebeldes, na trama, são apresentado como guerreiros que lutam a favor da liberdade.
– Para nós, essa guerra é sagrada, e não há morte verdadeira para os mujahideen, porque nós já fizemos nossos últimos ritos. Já nos consideramos mortos – diz um líder rebelde ao explicar o conflito no país para Rambo.
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Para o professor de Relações Internacionais da Fundação Armando Alvares Penteado, Carlos Gustavo Poggio, os países não olharam para o Afeganistão e o que acontecia por lá até o ataque às Torres Gêmeas
O grupo extremista Talibã foi derrubado depois que forças americanas invadiram o Afeganistão logo após os ataques da Al-Qaeda aos Estados Unidos em 11 de setembro, sob a alegação de que o país daria apoio e abrigo ao líder da organização – Osama Bin Laden, mentor dos ataques de 11 de setembro. O grupo voltou ao poder depois que os Estados Unidos tirou as tropas do país.
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Sobre o filme, Leite afirma que a trama reconstitui, depois da derrota na Guerra do Vietnã, um Estados Unidos vitorioso, mas que em mais de 20 anos de guerra, o país americano não conseguiu construir base estáveis para o país.
Quando olhamos não só para o Afeganistão, que continua tão caótico quanto há 20 anos, mas também para Iraque, Síria e Líbia, vemos o fracasso desse modelo americano de fazer valer sua democracia sobre sociedades que têm forma de organização completamente diferente”, diz Sidney Ferreira Leite.
“Tinham que ter dados passos além de uma ação estritamente militar que acabou fomentando grupos terroristas que já existiam”, finaliza Leite.
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