Apesar de ser uma prática comum entre moradores e turistas de Florianópolis, levar cães a trilhas é proibido por lei. Isso porque a maioria das trilhas está dentro de Unidades de Conservação (UCs), onde a presença de animais domésticos nesses locais pode ameaçar o ecossistema, especialmente os que vivem ali.

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Entre os locais proibidos, estão trilhas famosas como a da Lagoinha do Leste, inclusa no Parque Natural Municipal da Lagoinha do Leste; a das Piscinas Naturais da Barra da Lagoa, que faz parte do Monumento Natural Municipal da Galheta; e a da Praia dos Naufragados, do Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri.

Segundo a Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis (Floram), o manejo dessas áreas deve assegurar a preservação da biodiversidade, conforme o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), lei federal instituída em 2000.

Por isso, são proibidas práticas que ameacem a integridade da fauna e da flora nativas. Os animais domésticos podem transmitir zoonoses, perturbar a fauna nativa e degradar o ambiente, conforme Mariana Hennemann, chefe do Departamento de Unidades de Conservação da Floram:

— Cães, ainda que sob a tutela de seus proprietários, representam riscos à fauna silvestre, seja por instinto de caça e perseguição, seja pela possibilidade de transmissão de doenças, como cinomose, parvovirose e raiva, que podem dizimar populações de espécies nativas.

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A prefeitura disse que não há registros de casos de cães que tenham causado danos ao ecossistema das trilhas. Mesmo assim, instalou placas na entrada de alguns trajetos para orientar os frequentadores.

— Apesar disso, diversos estudos científicos evidenciam que a presença de cães domésticos em ecossistemas naturais e trilhas de Florianópolis representam uma ameaça à fauna e à flora nativas — pontua Mariana.

No entanto, muitas pessoas ignoram o recado e levam os cães à trilha mesmo assim. Outro problema é que muitas delas terminam em praias, que também não permitem a presença de cães.

— A presença de cães nas praias também não é permitida. No momento, a prefeitura tem estudado a criação de áreas específicas e delimitadas para circulação de cães, permitindo o lazer seguro dos animais em espaços controlados, sem comprometer a balneabilidade das praias, a segurança dos frequentadores ou a preservação ambiental das Unidades de Conservação — concluiu.

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Conheça trilhas de Florianópolis

Recomendações para trilheiros

É sempre bom ter cautela na hora de fazer atividades como estas. Por isso, o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina e a Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram) fizeram uma série de recomendações para os trilheiros aproveitarem o passeio com segurança e respeito ao meio ambiente:

  • Verifique a previsão do tempo antes de sair de casa (procure não sair com chuva);
  • Mantenha-se nas trilhas;
  • Use calçados tipo tênis ou bota;
  • Use roupas leves e confortáveis, além de chapéu ou boné;
  • Leve água, repelente e protetor solar;
  • Procure não caminhar só;
  • Faça silêncio durante a caminhada;
  • Procure não ingerir bebidas alcoólicas ou outras substâncias;
  • Leve sacos para retornar com seu lixo;
  • Tenha cuidado nos locais de descanso com animais peçonhentos;
  • Tenha cuidado ao caminhar em pedras escorregadias nas trilhas, cachoeiras e costões;
  • Seja cortês com outros visitantes e com a população local;
  • Caso seja necessário socorro e acionamento do CBMSC, ligue para o telefone 193.

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