A Lagoa da Conceição irá ganhar um documento com estratégias de curto, médio e longo prazo para questões relacionadas ao saneamento básico da região. Os tópicos foram discutidos durante uma reunião envolvendo a Associação de Moradores (Amolagoa) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) nesta terça-feira (21).

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Conforme a Amolagoa, o documento irá exigir do poder público municipal que aproxime os órgãos competentes, juntamente da UFSC, para que desenvolvam e apresentem para a comunidade propostas de melhorias para o saneamento básico do bairro. Ao todo, 103 participantes assinaram a ata da reunião.

Entre as ações propostas estão o desenvolvimento de estudos voltados a preservação e melhoria de balneabilidade da bacia hidrográfica da Lagoa da Conceição, além da ampliação da rede de captação.

A reunião ocorre dias após o aparecimento de uma mancha branca na Lagoa da Conceição, que segundo laudo da UFSC, foi causada por algas potencialmente nocivas, efeito de ação humana. Além disso, o grupo de pesquisadores descartou um possível efeito natural do ecossistema.

Em amostras coletadas entre segunda (13) e quarta (15), foram observadas algas Raphidophyceae, responsáveis por formar marés marrons.

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“Os fatores causais mais prováveis são o excesso de nutrientes resultante de excesso de esgotos e ressuspensão de matéria orgânica acumulada no fundo, e a ativação de cistos de dormência das algas, também por processos de ressuspensão de sedimentos”, indicam os cientistas, no texto.

Veja as ações discutidas

Esgotamento sanitário

  • Captação (ampliação da rede e melhoria da já existente)
  • Tratamento (com foco emergencial nas regiões sem cobertura – alternativas para sistemas Individuais)
  • Disposição de efluentes (apresentação de propostas de alternativas para desativação da Lagoa de Evapo Infiltração das Dunas da Joaquina).

Drenagem urbana

  • Gestão e tratamento com foco emergencial nas regiões de macro drenagens.

Monitoramento

  • Propostas de melhoria/implementação de sistemas de monitoramento da bacia hidrográfica e dos sistemas de que operam a rede de saneamento.

Estudos

  • Desenvolvimento de estudos voltados a preservação e melhoria da balneabilidade da bacia hidrográfica da Lagoa da Conceição.

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Veja fotos da Lagoa da Conceição

UFSC e IMA apontam causas diferentes para a espuma

Avaliações do Instituto do Meio Ambiente (IMA) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) indicaram origens diferentes para a espuma. De acordo com o IMA, as manchas se tratam de espuma biogênica, formada durante e após uma floração de microalgas. A floração é um fenômeno natural que pode ocorrer em decorrência de fatores como altas temperaturas, luminosidade intensa e presença de nutrientes na água, conforme o instituto.

Já segundo os pesquisadores da UFSC, a formação das algas teria a ver com a poluição e excesso de nutrientes provocados por ação humana. Em amostras coletadas entre segunda (13) e quarta (15), foram observadas algas Raphidophyceae, responsáveis por formar marés marrons.

“Os fatores causais mais prováveis são o excesso de nutrientes resultante de excesso de esgotos e ressuspensão de matéria orgânica acumulada no fundo, e a ativação de cistos de dormência das algas, também por processos de ressuspensão de sedimentos”, indicam os cientistas no texto.

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Veja nota da prefeitura sobre a reunião

A Prefeitura de Florianópolis, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, reforça que já realiza de forma contínua ações de vistoria e fiscalização na região, com a Blitz Sanear e programas como o Trato Pela Lagoa, com o objetivo de prevenir e coibir possíveis despejos irregulares que possam afetar a qualidade da água e o ecossistema local. No momento, aguarda o encaminhamento formal das sugestões para análise técnica e avaliação das medidas que podem ser adotadas em conjunto, incluindo ações de monitoramento que estão, neste momento, sendo analisadas em primeira instância junto à Floram.