A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, feita todos os meses pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apontou que 14 das 17 capitais analisadas tiveram aumento no valor do conjunto dos alimentos da cesta básica. Florianópolis registrou o segundo maior aumento, atrás somente de Curitiba (PR).

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Em Florianópolis, o valor da cesta básica em março ficou em R$ 831,92, um crescimento de 3% em relação ao mês anterior. O preço da cesta da capital catarinense equivale a 59,25% do salário mínimo líquido, ou 120 horas e 34 minutos de trabalho. A variação neste ano no valor da cesta é de 2,77%, e nos últimos 12 meses é de 5,15%.

Na comparação entre os meses de fevereiro e março, as capitais do Sul tiveram os maiores aumentos, com Curitiba (3,61%) tendo o maior aumento do país, seguida de Florianópolis (3%) e Porto Alegre (2,85%). Já as capitais do Nordeste tiveram as maiores reduções, sendo elas em Aracaju (-1,89%), Natal (-1,87%) e João Pessoa (-1,19%).

O maior valor da cesta básica, contudo, foi registrado em São Paulo, com custo de (R$ 880,72), seguida pelo Rio de Janeiro (R$ 835,50), por Florianópolis (R$ 831,92) e Porto Alegre (R$ 791,64).

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Os menores valores médios foram registrados no Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, sendo eles de Aracaju (R$ 569,48), João Pessoa (R$ 626,89), Recife (R$ 627,14) e Salvador (R$ 633,58).

Confira o valor da cesta básica por capital

  1. São Paulo: R$ 880,72
  2. Rio de Janeiro: R$ 835,50
  3. Florianópolis: R$ 831,92
  4. Porto Alegre: R$ 791,64
  5. Campo Grande: R$ 788,58
  6. Brasília: R$ 782,65
  7. Curitiba: R$ 772,83
  8. Vitória: R$ 762,94
  9. Goiânia: R$ 754,06
  10. Belo Horizonte: R$ 744,10
  11. Fortaleza: R$ 727,46
  12. Belém: R$ 704,90
  13. Natal: R$ 636,47
  14. Salvador: R$ 633,58
  15. Recife: R$ 627,14
  16. João Pessoa: R$ 626,89
  17. Aracaju: R$ 569,48

Preço da cesta básica subiu em comparação com 2024

Em comparação com março de 2024, todas as capitais tiveram alta de preços, que variaram de 1,83% em Porto Alegre a 9,69% em Fortaleza. O custo da cesta básica também aumentou nos três primeiros meses do ano em todas as cidades pesquisadas, indo de 1,01% de alta em Porto Alegre até 8,51% em Salvador.

O Dieese calcula também qual seria o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas, considerando a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

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Assim, com base na cesta mais cara, que foi a de São Paulo, o cálculo é que o salário mínimo ideal seria de R$ 7.398,94, equivalente a 4,87 vezes o salário mínimo reajustado de R$ 1.518,00. No mês de fevereiro, esse mesmo cálculo era de R$ 7.229,32.

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 106 horas e 19 minutos, maior do que o de fevereiro, de 104 horas e 43 minutos. Ainda, se comparado o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, o trabalhador comprometeu em média 52,24% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos.

Produtos que tiveram alta em março

O preço do café em pó subiu em todas as capitais analisadas no levantamento, variando de 3,92%, em São Paulo, a 14,48%, em Belém. Nos últimos 12 meses, o preço subiu em todas as cidades consultadas, com destaque para Goiânia (134,38%), Brasília (125,29%) e Vitória (116,28%). A explicação para a alta está nos baixos estoques mundiais de café.

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O tomate também registrou alta por conta da menor oferta da safra de verão, com crescimento em 13 das 17 capitais. As capitais do Sul tiveram os maiores aumentos: Florianópolis (61,13%), Curitiba (52,13%) e Porto Alegre (49,68%). Foram registradas quedas em Natal (-19,39%), João Pessoa (-18,61%), Recife (-15,89%) e Aracaju (-12,08%).

O leite subiu em dez capitais, variando de 0,14%, em Salvador, a 9,05%, em Vitória. Em seis capitais, contudo, houve queda, com destaque para João Pessoa (-2,28%). Nos últimos 12 meses, todas as cidades tiveram elevação no preço do produto, sendo que Natal (21,98%), Aracaju (18,18%) e Vitória (16,69%) tiveram as maiores altas. O motivo para o aumento se dá pela entressafra, que reduziu a oferta.

A carne bovina registrou queda em 15 capitais, variando de -4,18%, em Aracaju, a -0,60%, em São Paulo. João Pessoa (2,09%) e Recife (0,12%) foram as únicas duas capitais a registrarem aumento no último mês. Contudo, nos últimos 12 meses o preço subiu em todas as capitais, com destaque para Fortaleza (29,44%), São Paulo (28,17%) e Brasília (27,31%). A baixa no preço veio em decorrência da maior oferta interna de carne, ainda que os produtores resistam em reduzir os preços.

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