Uma fumaça escura saindo da chaminé da Usina de Recuperação Energética (URE) de Joinville revelou uma instabilidade em uma das etapas da produção de energia. Um vídeo gravado na manhã de segunda-feira (24) flagrou a situação e a origem do problema levantou dúvida nas redes sociais.

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O vídeo, registrado por volta das 8h, mostra a fumaça densa e escura saindo da chaminé da usina. A operação anormal revelou uma “instabilidade” no processamento do Composto Biossintético Industrial (CBSI), combustível utilizado para a produção de energia. Isso indica que a queima não estava ocorrendo de forma estável, segundo a Ambiental,  empresa que opera a URE.

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A usina, inaugurada no final de setembro no aterro sanitário, é capaz de produzir energia suficiente para atender cerca de 7 mil casas. A previsão da Ambiental era que a partir da segunda quinzena de novembro o local passasse a operar em capacidade total, com 110 toneladas utilizadas por dia para produção de composto a ser utilizado na produção de energia elétrica. 

Segundo a equipe técnica, a instabilidade identificada na segunda-feira está associada à questões relacionadas à alimentação da caldeira, agravado pela umidade, que pode refletir na forma como o material é processado. 

Ainda pela manhã, próximo das 11h30min, a equipe técnica optou pela suspensão temporária da operação da caldeira e da produção de energia, o que interrompeu as emissões. As linhas de produção do CBSI permaneceram tratando os resíduos e produzindo combustível. 

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Além disso, a Ambiental afirmou que está trabalhando para realizar as melhorias que minimizem situações como a registrada no vídeo e que “ajustes são esperados no início da operação de projetos inovadores, como é o caso da URE Joinville Ambiental”. Enquanto isso, as equipes permanecem atuando de forma contínua para que a operação ocorra dentro da normalidade. A previsão da empresa é retornar a operação interrompida ainda no decorrer desta semana.

Veja o vídeo que flagrou a fumaça

Como funciona uma URE

De acordo com a Ambiental as UREs utilizam uma combinação de tecnologias para transformar resíduos em energia. Na unidade, os lixos são convertidos em combustível sólido, que ao ser submetido ao tratamento térmico gera calor. Esse calor é utilizado para produzir vapor (energia térmica) e, em seguida, energia elétrica.

A URE de Joinville, por exemplo, funciona com o Ciclo Rankine, um método eficiente para a geração de energia. Esse processo transforma calor em energia mecânica e, posteriormente, em energia elétrica. É uma solução moderna e sustentável que reduz os impactos ambientais.

O diferencial da URE de Joinville também está em sua capacidade de transformar resíduos em combustível de elevado poder calorífico para geração de energia elétrica. A usina será capaz de gerar 2.106 MWh/mês, o suficiente para abastecer mais de 7 mil residências. Além disso, contribuirá para aumentar a vida útil do aterro municipal em 25% e reduzirá consideravelmente a emissão de gases de efeito estufa.

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A utilização de resíduos na usina vai eliminar 25% do lixo levado diariamente para o aterro sanitário, aumentando a vida útil do espaço – que, mesmo assim, terá de ser ampliado. O investimento de R$ 127 milhões, previsto na prorrogação do contrato de coleta e tratamento de resíduos, foi bancado com recursos da tarifa de limpeza urbana.

*Sob supervisão de Leandro Ferreira