Durante o primeiro semestre de 2020, Joinville registrou um aumento de 43,7% no número de furtos a veículos em relação ao mesmo período de 2019. Até maio do ano passado, foram 450 registros feitos pela Polícia Civil. Já até maio de 2020, foram 647. 

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Em contrapartida, o número de roubos teve queda com relação ao mesmo período. Foram 80 registros até maio de 2019, contra 56 em 2020. 

Conforme o delegado da Divisão de Investigação Criminal (DIC) da Polícia Civil de Joinville, Murilo Batalha, a situação já foi percebida desde o segundo semestre do ano passado. No entanto, uma das explicações para o aumento no número de furtos neste ano está atrelada à pandemia do coronavírus

— Como o furto é um crime sem violência ou grave ameaça, desde o início da pandemia a maior parte dos criminosos que cometiam esse crime foram soltos. Naturalmente o número cresceria — considera.

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Segundo ele, também foi percebido um aumento no índice de prisões por furtos. 

— O número de prisões por furtos, desmanches e donos de autopeças que compram peças de veículos irregularmente, aumentou consideravelmente. Mas não conseguimos controlar porque a gente prende, e eles acabam sendo soltos novamente — pontua.

Murilo explica que o número de roubos caiu consideravelmente em razão do enfoque da polícia em casos que envolvam violência. 

— Como são crimes mais violentos, torna-se mais difícil a soltura dos criminosos — salienta. 

Nos anos anteriores, Joinville havia registrado queda de 38% nos números de furtos e roubos

A principal diferença entre furto e roubo está no emprego de violência no momento em que o autor subtrai algum objeto pertencente a outra pessoa. 

Previsto no Artigo 155 do Código Penal, o furto consiste na prática sem utilização de violência. São aqueles casos nos quais o autor leva o objeto sem ter contato com a vítima, ou quando a vítima chega ao local e percebe que o objeto não está mais lá. A pena é de reclusão, podendo variar de um a quatro anos, além de multa — há variações de acordo com agravantes, como por exemplo, furtos qualificados. 

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Já a prática do roubo está prevista no Artigo 157 e consiste em subtrair pertences de outras pessoas mediante grave ameaça ou violência. A pena é de reclusão de quatro a dez anos e multa, também podendo aumentar de acordo com agravantes previstos no artigo.

Mais furtos de carros em mercados e shoppings

Segundo o delagado Murilo, para cometer o crime geralmente os autores rodam pela cidade em busca de veículos estacionados e, mesmo com o isolamento social e a mudança na vivência da população em razão da pandemia, os números de carros furtados aumentaram. Conforme o delegado, a polícia tem registrado um aumento de ocorrências de furtos a carros também em supermercados e no interior de shoppings. 

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— Eles seguem as pessoas e, assim que elas param, eles levam o carro. Já ocorria há mais tempo, mas temos visto um aumento nos últimos meses – explica. 

Perfil de furtos

A maior parte das ocorrências são registradas na área central de Joinville. Além disso, os veículos geralmente são caminhonetes e SUV, que são carros maiores e mais caros. 

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— Depois aparecem os veículos populares, mas em menor quantidade — acrescenta o delegado. 

De acordo com Murilo, os crimes são, em sua maioria, praticados por organizações criminosas, especialistas em furtos de veículos. Após o furto, o delegado explica que os autores deixam o carro parado em algum local por, aproximadamente, dois dias, para ver se há rastreamento. Após isso, eles são geralmente vendidos para desmanches e as peças são compradas por donos de autopeças.

Polícia orienta população

Para evitar riscos como esses, a Polícia Civil orienta as pessoas para que redobrem a atenção. É preciso evitar de estacionar em locais sem câmera de monitoramento ou em ruas sem iluminação durante a noite. Em uma situação de furto ou roubo, é importante realizar a denúncia e registrar o boletim de ocorrência imediatamente. 

— A recuperação tem que ser feita nesse primeiro dia ou até o dia seguinte, Após dois dias, as chances de recuperação diminuem consideravelmente — ressalta o delegado. 

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