Depois de nove dias, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) decidiu encerrar a greve de fome nesta quinta-feira (17), após um acordo com o presidente da Câmara de Deputados, Hugo Motta, sobre seu processo de cassação. Braga estava se alimentando de água, soro e isotônicos, e dormia nas instalações da Câmara em protesto.
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De acordo com Hugo Motta, foi dada a garantia que “após a deliberação da CCJ, qualquer que seja ela, não submeteremos o caso do deputado ao Plenário da Câmara antes de 60 dias para que ele possa exercer a defesa do seu mandato parlamentar”. Depois desse período, no entanto, os deputados poderão dar continuidade sobre o processo.
Em uma publicação na rede social X, Braga publicou que “a greve de fome foi a tática mais radical em protesto ao ataque e perseguição que vem sofrendo de Arthur Lira por denunciar o Orçamento Secreto”.
Para ele, “a greve de fome cumpriu o seu papel: ampliou a denúncia da perseguição política, contribuiu para a pressão popular nas ruas e nas redes e gerou toda uma solidariedade a uma causa”.
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Em seguida, disse ainda que “esse protesto acontece não só para a simples defesa de um mandato, mas também para impedir o silenciamento de quem denuncia o escândalo do Orçamento Secreto”.
A postagem continua, e o perfil de Braga diz que “cassar seu mandato seria um desrespeito ao voto popular, abrindo caminhos para ataques às liberdades democráticas”.
Glauber Braga suspende greve de fome!
— Glauber Braga (@Glauber_Braga) April 17, 2025
Na tarde desta quinta-feira, 17 de abril, Glauber Braga, reunido com os movimentos sociais, decidiu suspender a greve de fome que já estava no 9º dia. 1/7 pic.twitter.com/d7NHVJH1qR
Braga pode ser cassado?
Glauber é acusado de quebra de decoro ao agredir e expulsar do prédio da Câmara um militante do Movimento Brasil Livre (MBL). A denúncia partiu do Novo, e um parecer de Paulo Magalhães (PSD-BA) afirmou que há indícios para que o deputado perca o mandato. Por outro lado, Glauber diz que Magalhães agiu de forma parcial.
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O Conselho de Ética aprovou o início da discussão de Glauber Braga no dia 8 de abril e, desde então, Braga tem se manifestado sobre o caso. Ele pode recorrer à Comissão de Constituição e Justiça para avaliar se houve ilegalidade no processo.
Se o recurso for aceito, o caso volta ao Conselho de Ética para correção. Se não, o processo segue para a Câmara. São necessários 257 votos para que a cassação seja confirmada.
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