O Ministério da Saúde confirmou, no dia 12 de dezembro, que um caso de “gripe K” foi identificado pela primeira vez no Brasil. A situação, que consta no Informe Vigilância das Síndromes Gripais referente à semana epidemiológica 49, foi registrada em amostras do Pará. Nesta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta global após o aumento de casos na Europa e na Ásia. Ao NSC Total, infectologistas explicaram o que é vírus, sintomas, formas de prevenção e os grupos de riscos.

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Segundo a OMS, há um “rápido crescimento” nos casos do subtipo desde agosto, em diferentes países” e que algumas regiões apresentam aumentos que estão acima do comum. “Em outros países, a atividade da influenza está começando a aumentar, mas ainda não atingiu o limiar epidêmico”, diz o documento.

Os vírus do subclado K foram evidentes a partir de agosto de 2025 na Austrália e na Nova Zelândia. Até dezembro deste ano, segundo a OMS, a doença havia sido detectada em mais de 34 países.

Em Santa Catarina, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, ainda não há registros de gripe K.

O que é a gripe K?

O infectologista Tarcisio Crocomo, pediatra infectologista e professor de medicina da Univille, explica que a gripe K não é um vírus novo, mas sim uma modificação genética da influenza A (H3N2). Conforme o infectologista, as mudanças climáticas podem estar influenciando o início mais precoce das temporadas gripais, aumentando a exposição desses grupos.

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— Esse vírus está classificado como um subclado, um tipo um pouco diferente, por isso chamam de gripe K — explica.

Subclado é uma subdivisão de um mesmo vírus, definida por pequenas mudanças genéticas acumuladas ao longo do tempo. Essas variações não caracterizam um vírus novo, mas podem afetar sua circulação e a resposta do organismo.

A população deve se preocupar?

Apesar da identificação do primeiro caso de gripe K no Brasil e do aumento de caso na Europa, não há motivos para preocupação, visto que não há relatos de casos graves, fala a infectologista Sabrina Sabino. Contudo, a doença traz um alerta para que o Brasil inicie a campanha de vacinação mais cedo em 2026.

— Temos neste momento uma circulação viral da gripe K no Hemisfério Norte Nós certamente vamos ter uma temporada mais cedo de gripe aqui no Sul devido à globalização e a capacidade de deslocamento entre os dois hemisférios. Isso é um alerta para iniciar a campanha de vacinação mais cedo aqui no Brasil. Pois quando chegar o inverno, a tendência é ter uma piora enorme dos casos — diz.

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Quais os sintomas?

Segundo especialistas da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), os sintomas observados até agora são os mesmos da gripe sazonal conhecida.

  • Febre,
  • Mal-estar,
  • Dor no corpo,
  • Dor de cabeça,
  • Tosse,
  • Dor de garganta,
  • Cansaço

Quais as formas de prevenção?

A vacinação, segundos os especialistas, continua sendo a principal forma de prevenção contra a doença. Outras medidas fundamentais são:

  • Higienizar as mãos com frequência;
  • Evitar aglomerações e contato com pessoas gripadas;
  • Usar máscara em caso de sintomas;
  • Evitar cumprimentos com aperto de mão e manter distância social quando estiver doente;
  • Manter ambientes bem ventilados, com portas e janelas abertas e correntes de ar; 
  • Evitar contato próximo com pessoas com sintomas gripais;  
  • Utilizar a etiqueta respiratória (cobrir o nariz e a boca ao tossir ou espirrar com o antebraço e descartar lenços e máscaras usadas no lixo);  
  • Evitar tocar os olhos, nariz ou boca após contato com superfícies potencialmente contaminadas (corrimãos, bancos, maçanetas, etc);
  • Limpar e desinfetar superfícies e objetos que entram em contato frequente com mãos, como mesas, teclados, maçanetas e corrimãos; 
  • Não compartilhar objetos de uso pessoal, como copos e talheres.

Quais são os grupos de riscos?

Assim como em outras variantes da influenza, os grupos mais vulneráveis permanecem os mesmos:

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  • Idosos e crianças pequenas, especialmente menores de seis meses.
  • Gestantes, devido ao sistema imunológico mais comprometido.
  • Pessoas com doenças crônicas como obesidade, hipertensão, problemas cardíacos e pulmonares.
  • Pacientes imunossuprimidos, que têm maior risco de desenvolver quadros graves.