Duas pessoas foram presas após uma investigação apurar golpes milionários que teriam sido aplicados por uma revenda de carros em Jaraguá do Sul, no Norte de Santa Catarina. Após a loja “desaparecer” em julho deste ano, os envolvidos foram presos nesta quinta-feira (21) em Major Vieira e São Bento do Sul, cidades do Planalto Norte catarinense.
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A investigação da Polícia Civil apura crimes de estelionato praticados pela revenda de veículos e possível envolvimento em lavagem de dinheiro. Até o momento, 47 vítimas já foram identificadas e os prejuízos estimados chegam a R$ 3,6 milhões.
Ainda, diante dos indícios coletados durante a apuração policial, a Justiça deferiu o sequestro de bens e valores dos investigados equivalente ao valor dos golpes, além do sequestro de R$ 457,7 mil de uma plataforma de apostas, possivelmente utilizada para a prática de lavagem de capitais.
Nesta quinta-feira, a operação da Polícia Civil, por meio da Delegacia de Investigações Criminais de Jaraguá do Sul, cumpriu dois mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão nas cidades de Major Vieira e São Bento do Sul.
Os dois investigados foram localizados em uma residência no interior de Major Vieira. Já em São Bento do Sul, na residência alvo de uma das buscas, a irmã de uma das investigadas foi presa em flagrante pela prática do crime de tráfico de drogas.
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Ambos os presos foram encaminhados à unidade prisional de Canoinhas e permanecem à disposição da Justiça.
Relembre o caso
O caso teve início em 14 de julho, quando o Procon foi acionado por conta de um tumulto em frente a uma concessionária do município. Na ocasião, a Polícia Militar também foi acionada para averiguar a situação.
Conforme o Procon, no local alguns consumidores relataram situações de oferta não cumprida, serviço não fornecido e publicidade enganosa promovidos pelo estabelecimento, com prejuízos de até R$ 100 mil para alguns clientes. Diante do caso informado, o órgão orientou a população a formalizar as denúncias e registrar boletim de ocorrência.
Como acontecia o suposto esquema de golpes
Conforme explicado pelo diretor do Procon, Rodrigo Machado, alguns dos casos consistem na ausência de transferências, acordadas em contrato, de valores que chegam a R$ 100 mil a alguns dos clientes lesados. Por exemplo, em uma das situações, o reclamante deixou um veículo na loja, avaliado em R$ 60 mil, e o contrato previa 15 dias para a venda do mesmo com uma taxa de R$ 250 pela consignação.
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Após o término desse prazo, caberia ao denunciante decidir sobre a retirada do veículo. O contrato foi formalizado com a entrega do veículo à revenda.
— Digamos que, nesse caso em específico, [a concessionária] vendeu o carro e um sinal já havia sido pago pelo comprador, mas aguardava a liberação da carta de crédito para concluir a transação e então se passaram os dias e não teve nenhum retorno sobre o repasse desses valores. O reclamante tentou novamente contato com a loja para solucionar a questão amigavelmente, porém sem êxito — explica Rodrigo.
Ainda de acordo com o Procon, o lojista chegou a prometer o envio dos valores, mas sem cumprir os prazos. Inconformados com a situação, os consumidores teriam se unido e realizado a reclamação em conjunto em frente ao estabelecimento.
*Sob supervisão de Leandro Ferreira
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