Uma loja de carros é alvo de ao menos 15 denúncias por golpes a consumidores em Jaraguá do Sul, no Norte de Santa Catarina. Conforme o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), os prejuízos aos clientes chegam a R$ 100 mil em alguns casos. Nesta terça-feira (29), o órgão afirmou que o caso será encaminhado ao Ministério Público.
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O caso teve início em 14 de jlho, quando o Procon foi acionado por conta de um tumulto em frente a uma concessionária do município. Na ocasião, a Polícia Militar também foi acionada para averiguar a situação.
Conforme o Procon, no local alguns consumidores relataram situações de oferta não cumprida, serviço não fornecido e publicidade enganosa promovidos pelo estabelecimento, com prejuízos de até R$ 100 mil. Diante do caso informado, o órgão orientou a população a formalizar as denúncias e registrar boletim de ocorrência.
Ao NSC Total, o diretor do Procon de Jaraguá do Sul, Rodrigo Machado, informou que 15 denúncias já foram formalizadas. Até a manhã desta terça-feira (29), o proprietário da concessionária de carros não se manifestou sobre as acusações dos possíveis golpes.
Ainda segundo o diretor, a esposa do empresário chegou a entrar em contato com o Procon na última segunda-feira (28) por meio de ligação, mas nenhum deles se apresentou formalmente para alguma tratativa. Inclusive, a estrutura onde a concessionária funcionava foi desmontada e “desapareceu” desde a repercussão.
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— O Procon tentou entrar em contato via telefone, não foi atendido, tentamos ir no local para entregar essa intimação, para fazer uma audiência e para escutar o outro lado, mas a empresa já não existe mais no local, já desmontaram tudo, não tem mais nem letreiro, enfim, não tem mais nada — afirma Rodrigo Machado.
A partir desta situação relatada, o Procon enviou uma carta formalizada ao proprietário da loja para efetuar uma tratativa. O prazo acaba na próxima quinta-feira (31). Um dossiê sobre o caso também foi elaborado pelo órgão e deve ser enviado ao Ministério Público de Santa Catarina nos próximos dias.
— Estamos juntando todas essas denúncias e entregaremos em ao Ministério Público agora, para fazer o inquérito e verificar junto com a Polícia Civil se é caso de estelionato — destaca.
Como acontecia o suposto esquema de golpes
Conforme explicado pelo diretor do Procon, alguns dos casos consistem na ausência de transferências, acordadas em contrato, de valores que chegam a R$ 100 mil a alguns dos clientes lesados. Por exemplo, em uma das situações, o reclamante deixou um veículo na loja, avaliado em R$ 60 mil, e o contrato previa 15 dias para a venda do mesmo com uma taxa de R$ 250 pela consignação.
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Após o término desse prazo, caberia ao denunciante decidir sobre a retirada do veículo. O contrato foi formalizado com a entrega do veículo à revenda.
— Digamos que, nesse caso em específico, [a concessionária] vendeu o carro e um sinal já havia sido pago pelo comprador, mas aguardava a liberação da carta de crédito para concluir a transação e então se passaram os dias e não teve nenhum retorno sobre o repasse desses valores. O reclamante tentou novamente contato com a loja para solucionar a questão amigavelmente, porém sem êxito — explica Rodrigo.
Ainda de acordo com o Procon, o lojista chegou a prometer o envio dos valores, mas sem cumprir os prazos. Inconformados com a situação, os consumidores teriam se unido e realizado a reclamação em conjunto em frente ao estabelecimento.
A partir de agora, a apuração deve ter novos desdobramentos caso o MP dê continuidade junto a Polícia Civil. O órgão de proteção ao consumidor reforça que outros clientes que tenham passado por alguma situação semelhante devem formalizar a denúncia.
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*Sob supervisão de Fernanda Silva
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