Há 60 anos, uma nova era automotiva começou na Alemanha: o primeiro Audi do pós-guerra saiu da linha de montagem. Este não era um carro qualquer; ele marcou o renascimento da marca com tecnologia pioneira, sendo o primeiro Audi com motor de quatro tempos. Um sucesso estrondoso que mudou o destino da empresa.
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Após o desmantelamento da Auto Union AG na Saxônia devido à Segunda Guerra Mundial, antigos funcionários se uniram para formar a Auto Union GmbH em Ingolstadt, Alemanha, em 1949. No início, seus carros da marca DKW tiveram sucesso, especialmente no período de reconstrução da Alemanha.
Com a prosperidade crescente, o público começou a exigir carros mais modernos. Os modelos DKW, com seus motores a dois tempos ficaram rapidamente ultrapassados. O último DKW F 102, apesar do design moderno, foi um fracasso comercial, levando a Auto Union a uma crise nos anos 60.
Foi nesse cenário turbulento que uma decisão inusitada mudou tudo: entre 1958 e 1964, a Daimler-Benz AG (sim, a Mercedes-Benz!) deteve a Auto Union. E foi uma decisão da Daimler-Benz que justamente salvou a Auto Union.
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No início dos anos 60, a empresa de Stuttgart não só forneceu um motor a quatro tempos para sua subsidiária, mas também enviou o engenheiro Ludwig Kraus para Ingolstadt. Kraus foi a peça-chave, transformando esse motor em produção em série e abrindo caminho para o primeiro carro de Ingolstadt com um motor quatro tempos.
Com o F 103 nasce uma nova era
Em 13 de agosto de 1965, o novo Audi – internamente conhecido como F 103 – saiu da linha de montagem. Este foi o primeiro Audi do pós-guerra e o primeiro com motor a quatro tempos.
A escolha do nome Audi foi estratégica: a Auto Union queria um nome que simbolizasse essa inovação tecnológica e distanciasse a marca dos antigos motores a dois tempos da DKW. Curiosamente, o nome Audi já existia no período pré-guerra.
Um detalhe importante é que, na época, Audi era apenas o nome do modelo. A empresa só mudaria oficialmente para Audi AG em 1985, 20 anos depois do lançamento do carro.
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O sucesso do novo Audi foi estrondoso. Ele não só impulsionou a virada técnica e econômica da Auto Union, como deu origem a uma família de modelos, incluindo o Audi 80, Audi Super 90 (que alcançava mais de 160 km/h, algo impressionante para a época), Audi 75 e Audi 60. O modelo mais básico, o Audi 60, foi o mais vendido, provando a importância desse carro para a marca dos quatro anéis.
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Em 1972, o Audi 80 não só lançou as bases para o futuro da empresa, mas também a devolveu ao caminho do sucesso e garantiu a independência da marca Audi dentro do grupo Volkswagen.
Moral da história: a Daimler-Benz, hoje rival da Audi no segmento premium, indiretamente ajudou a salvar a marca, iniciando sua era moderna. Nos anos 60, a fornecedora foi a semente de uma rivalidade intensa que só demonstra as reviravoltas do destino no mundo automotivo.
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No Brasil: nas mãos de Senna
A Audi chegou ao Brasil em 1994, por Ayrton Senna, que através da Senna Import trouxe modelos como o Audi 80 e 100, reforçando sua imagem de luxo e tecnologia. Senna morreu um mês depois de seu lançamento e a marca foi gerenciada pela família.
Em março de 2005, a Audi AG assumiu totalmente as operações no País, criando a Audi Brasil e encerrando a parceria com a Senna Import.
Por Lucia Camargo Nunes da @viadigitalmotorsoficial
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