O governador Jorginho Mello (PL) anunciou, nesta segunda-feira (10), que cada escola pública estadual de Santa Catarina passará a ter um profissional armado. A medida será implementada em até 60 dias e deverá contemplar 1.053 unidades, em resposta ao ataque em Blumenau, da última quarta (5).

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Serão contratados para isso policiais militares, civis e bombeiros da reserva, ao custo anual previsto em R$ 70 milhões, segundo o governador. A medida foi anunciada durante a cerimônia de balanço dos 100 primeiros dias da gestão Jorginho, cinco dias após a tragédia na creche particular Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, que deixou cinco crianças mortas.

— Vamos contratar um policial armado para cada escola. Vamos chamar o CTISP [Corpo Temporário de Inativos da Segurança Pública], vamos chamar os policiais aposentados, que têm experiência e credibilidade, que conhecem aquele bairro e cada escola. Vamos chamar policiais militares, civis, bombeiros militares, para que eles possam, fardados, com colete, com arma, ir para as escolas, um dentro de cada escola — afirmou o governador.

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Questionado pelo NSC Total, Jorginho afirmou que não será exigida medida semelhante das prefeituras, responsáveis pela gestão de creches e escolas municipais, nem repassados recursos específicos para isso.

— A gente vai ter colaboração com os prefeitos, mas é de responsabilidade do município. Cada um consegue resolver o que está na sua esfera. O Estado tem responsabilidade, claro, com todas as pessoas, a que estuda na escola pública, na creche, na municipal, mas nós vamos fazer o que agora temos perna — disse o governador, lembrando que, em Blumenau, o prefeito Mário Hildebrandt (Podemos) também anunciou a contratação de agentes armados para cada unidade municipal.

Jorginho Mello faz balanço de 100 dias de governo

Ainda em resposta ao ataque de Blumenau, Jorginho anunciou outras quatro medidas: o reforço da ronda escolar no Estado; o treinamento de educadores estaduais para lidar com ameaças, com a disposição de gás de pimenta nas unidades para o caso de eventual ocorrência; a criação de um centro de operações integradas, para que as forças de segurança estaduais atuem conjuntamente em casos assim; e a formação de um comitê permanente de segurança, para monitorar riscos.

Desde o incidente, na última semana, o Estado discute medidas de segurança para instituições de ensino, em reuniões chefiadas por Jorginho — o governador ainda não nomeou quem ficará à frente da Secretaria de Segurança Pública estadual.

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Ainda em 2021, após ataque a creche de Saudades, o Executivo, à época sob gestão Carlos Moisés (Republicanos), tinha anunciado que colocaria vigilantes em mais de mil unidades estaduais e chegou a abrir licitação. Porém, a iniciativa nunca foi discutida com a categoria, que defende o retorno da figura do zelador, e também não saiu do papel. A discussão voltou à tona na última semana.

Em Blumenau, a prefeitura afirmou estar discutindo a contratação de policiais militares da reserva ou bombeiros para atuar nas 128 unidades de educação estadual. A possibilidade já foi discutida com o governador Jorginho Mello, mas ainda não foi oficializada. Caso isso não seja possível, a prefeitura irá agilizar a contratação de segurança privada e armada.

Já em Florianópolis, as escolas e creches da rede municipal terão a segurança feita por pelo menos um agente da Guarda Municipal, já a partir desta segunda-feira (10). A ideia da prefeitura é que o agente chegue na unidade antes da abertura, faça uma vistoria nos ambientes internos, acompanhe a entrada dos alunos e o fechamento dos portões. Eles devem também fazer rondas nos arredores.

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