A jovem Maria Eliza Moreira Martins recebeu pena de 19 anos de prisão pelo assassinato do ex-companheiro, com quem travava uma disputa judicial pela guarda do filho. João Philip Gonçalves Nunes, morador de Blumenau, foi assassinado em uma emboscada armada por ela ao ir buscar o menino, na época com quatro anos, que fazia uma visita à mãe em Curitiba.
Continua depois da publicidade
Além de Maria Eliza, o namorado dela, Francisco Domenny Domingos da Silva, também foi condenado por participação no crime, ocorrido em dezembro de 2021. O casal foi sentenciado por homicídio qualificado e subtração de incapaz, uma vez que não eles não devolveram a criança aos responsáveis legais. O homem está preso desde julho de 2022 na Paraíba.
Maria Eliza chegou a ser detida, depois conseguiu direito à prisão domiciliar, mas a ordem judicial tinha sido revogada recentemente e ela estava apenas cumprindo medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica. Com a condenação, o Tribunal de Justiça do Paraná determinou o retorno da jovem à cadeia. Os dois podem recorrer da sentença, mas enquanto isso terão de ficar presos.
Katia Regina da Silva, mãe da vítima, acompanhou o julgamento na capital do Paraná e foi uma das testemunhas ouvidas pelo júri.
— Ter que reviver aqueles momentos de tensão, e a agonia por não saber onde meu filho estava, foi muito triste. Mas sair de lá com a certeza de que ela vai passar alguns anos atrás das grades dá um certo conforto — desabafa.
Continua depois da publicidade
Relembre o caso
De acordo com a investigação, no dia 5 de dezembro de 2021, João foi até a capital paranaense de carro acompanhado dos pais para buscar o filho. Conforme a investigação, ao chegar a Vila Corbélia, uma favela, o rapaz seguiu as orientações da ex-mulher e foi sozinho até o local indicado por ela através de mensagens de texto. Isso era por volta das 10h.
Na casa, foi brutalmente espancado e esfaqueado. Depois teve o corpo jogado em uma área de mata próxima. Preocupados com a demora do filho, os pais de João teriam entrado na comunidade. Lá teriam ouvido de uma mulher que era melhor saírem do local para não acabarem mortos. O rapaz foi achado sem vida no mesmo dia, perto das 13h30min.
Maria Eliza brigou pela guarda da criança na Justiça e chegou a dizer que o pai abusava sexualmente do filho. Laudos confirmaram que se tratava de mentira e a Vara da Família concedeu a tutela do pequeno para João. Porém, a jovem conseguiu autorização para pegar o menino por alguns dias e simplesmente não o devolvia mais. João então teria conseguido uma ordem judicial para buscar o garoto.
Sabendo que o ex-companheiro iria buscar o filho naquele dia, a mulher teria dito a traficantes que o homem violentava a criança.
Continua depois da publicidade
— Ela começou a espalhar esses boatos dentro da favela onde mora para que os traficantes locais pegassem raiva dele. E de posse desses boatos, assim que o João chegou na comunidade, ela avisou os traficantes. E normalmente nesse tipo de caso (estupro) eles acabam matando mesmo de modo cruel — conta o delegado do caso à época.
Leia mais
Prédio do antigo Besc é interditado após objeto atingir pedestre no Centro de Blumenau

