A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) seguirá presa na Itália enquanto aguarda uma nova decisão no processo que julga sua extradição ao Brasil. Considerada foragida da Justiça brasileira, ela passou por uma nova audiência, em um tribunal de Roma, na Itália, nesta quarta-feira (27), dentro do processo em que a Justiça italiana analisa a extradição ao Brasil.

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Na sessão desta quarta, no Tribunal de Apelações da capital italiana, não houve decisão sobre o pedido da defesa de Zambelli para que ela aguarde em liberdade. A brasileira, portanto, seguirá presa enquanto espera um novo parecer da Justiça italiana.

Na sessão, o juiz responsável solicitou um recurso no qual pede um intervalo de tempo para analisar documentos. Após a análise, ele pode comunicar uma nova decisão, que pode sair ainda nesta quarta-feira.

Há duas semanas, Zambelli chegou a ir ao mesmo tribunal, mas alegou estar passando mal e a audiência foi adiada.

Na saída da sessão desta quarta, os advogados de Zambelli afirmaram à imprensa que esperam que ela seja solta “a qualquer momento”. No entanto, a Corte Suprema da Itália já afirmou que um pedido de prisão na lista de alerta vermelho da Interpol, caso da parlamentar brasileira, é equivalente a um pedido de prisão em âmbito internacional, e o Tratado de Extradição Itália-Brasil, no artigo 13,2, introduz expressamente a equivalência entre pedido em âmbito Interpol e pedido de aplicação de medidas cautelares.

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Laudo aponta saúde compatível com prisão

A defesa da deputada alega questões de saúde para pedir sua liberdade. No entanto, conforme o portal Uol, o laudo médico analisado durante a audiência mostrou que o estado de saúde de Zambelli é compatível com sua manutenção na prisão.

“Embora apresente distúrbio depressivo e dificuldades relacionadas ao sono, desde o início da detenção não foram registrados comportamentos autolesivos, e Zambelli se mostrou lúcida e adequada nas entrevistas clínicas”, diz um trecho do documento, elaborado pela especialista Edy Febi, conforme o Uol.

A médica concluiu que as enfermidades são compatíveis com o regime carcerário. Diz ainda que os tratamentos necessários podem ser realizados dentro da prisão, que o eventual traslado aéreo ao Brasil é possível e que a viagem não representaria risco de consequências graves, desde que observadas as orientações médicas.

Entenda o caso de Zambelli

A deputada foi condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No dia 3 de junho, Zambelli declarou que deixou o país para um “tratamento médico” e por ter cidadania italiana.

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No dia 11 de junho, o Ministério da Justiça brasileiro solicitou a extradição da ex-deputada. A Corte também determinou a perda do mandato, o que ainda será analisado pela Câmara.

A decisão do STF foi tomada após Zambelli ser acusada de invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em janeiro de 2023, em parceria com o hacker Walter Delgatti, que também está preso.

Em junho, ela teve o nome inserido na lista de procurados da Interpol e teve condenação mantida pela 1ª turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

*Com informações do g1 e do Uol.

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