Em artigo publicado no jornal americano “The New York Times” publicado neste domingo (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mandou recado ao Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, e disse que o Brasil está aberto para negociações, mas que a democracia e a soberania brasileira são “inegociáveis”. O petista também falou sobre a condenação de Jair Bolsonaro (PL) pela trama golpista e afirmou que atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) durante o julgamento não se tratou de uma “caça às bruxas”. As informações são do g1.

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No artigo, Lula reconheceu que a reindustrialização e a recuperação de empregos nos Estados Unidos são objetivos legítimos, mas criticou a adoção de medidas unilaterais, classificando-as como “remédios equivocados”.

— Presidente Trump, continuamos abertos a negociar qualquer coisa que possa trazer benefícios mútuos. Mas a democracia e a soberania do Brasil não estão em pauta. Em seu primeiro discurso à Assembleia-Geral das Nações Unidas, em 2017, o senhor afirmou que “nações fortes e soberanas permitem que países diversos, com valores, culturas e sonhos diferentes, não apenas coexistam, mas trabalhem lado a lado com base no respeito mútuo”. É assim que vejo a relação entre o Brasil e os Estados Unidos: duas grandes nações capazes de se respeitarem mutuamente e cooperarem para o bem de brasileiros e americanos”, disse Lula, em tradução livre.

O presidente brasileiro ainda afirmou que o tarifário imposto ao Brasil “não é apenas equivocado, mas ilógico”. Por fim, Lula defendeu a atuação do STF e disse que a decisão de condenar Bolsonaro e outros sete réus  pela atuação na trama golpista após as eleições de 2022 foi tomada após meses de investigações.

— Não se tratou de uma “caça às bruxas”. O julgamento foi resultado de procedimentos conduzidos em conformidade com a Constituição Brasileira de 1988, promulgada após duas décadas de luta contra uma ditadura militar. A decisão foi tomada após meses de investigações que revelaram planos para assassinar a mim, ao vice-presidente e a um ministro do Supremo Tribunal Federal. As autoridades também descobriram um projeto de decreto que teria efetivamente anulado os resultados das eleições de 2022.

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Veja fotos do julgamento de Bolsonaro

Tarifaço foi aplicado em agosto

As tarifas de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos, que foram anunciadas pelo presidente Donald Trump no início de julho, entraram em vigor no dia 6 de agosto.

A ordem executiva, assinada no dia 30 de julho por Donald Trump, implementou a tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, o que eleva o total da tarifa para 50%, já que uma tarifa de 10% já estava em vigor anteriormente.

Isso significa que, se uma empresa dos EUA estiver importando, por exemplo, um carro por R$ 100 mil e houver a tarifa de 50%, ela pagará R$ 50 mil de imposto, por unidade.

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A tarifa é responsabilidade da empresa importadora, localizada no país que decidiu aumentar a cobrança, e pesa no bolso do consumidor, que paga mais caro pelos produtos. O objetivo desse tipo de medida é fazer com que os preços dos produtos importados fiquem mais caros e percam competitividade em relação a produtos vindos de outros países ou fabricados dentro dos EUA.

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