O júri de Paulo Odilon Xisto Filho, acusado de matar a namorada e modelo gaúcha Isadora Viana Costa, de 22 anos, que teve início nesta quarta-feira (3), pode ter um desfecho apenas na sexta-feira (5). Segundo a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina, a vítima teria revelado à irmã de Paulo que ele fazia uso excessivo de drogas e bebidas alcoólicas. O caso ocorreu em 2018 em Imbituba, Litoral Sul de Santa Catarina.

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Paulo é réu por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima e feminicídio. O Ministério Público requer, além disso, condenação por fraude processual e por posse ilegal de acessório de uso restrito para arma de fogo.

Nesta quarta-feira, estavam presentes, desde o início do julgamento, a promotora de Justiça Patricia Zanotto e o promotor de Justiça Geovani Werner Tramontin. Já o júri é composto por seis mulheres e um homem.

De acordo com o Ministério Público catarinense, a primeira testemunha de acusação começou a ser ouvida por volta das 11h30min, com 40 minutos de duração. Um dos depoimentos marcantes foi o da terceira testemunha, que se emocionou ao falar sobre a vítima e relembrar que “ela era uma menina doce”.

A mãe da vítima também se emocionou e destacou que a luta dela não terminou com a perda da vida de Isadora.

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— Eu vou lutar porque tenho outra filha também. E eu estou aqui por isso — afirmou.

Os depoimentos de acusação terminaram por volta das 19h, com o início da fala das testemunhas de defesa.

Relembre o caso

Segundo denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o réu conheceu Isadora em Santa Maria (RS), em março de 2018, quando começaram a namorar. Em 22 de abril de 2018, a jovem aceitou o convite para passar uns dias no apartamento do namorado, em Imbituba.

Durante o tempo que passou com o namorado, Isadora relatou a amigas que Paulo se tornava agressivo e descontrolado quando estava sob efeito de drogas, segundo a denúncia. No dia do crime, o homem teria passado mal e Isadora entrou em contato com a família dele.

De acordo com a investigação, Paulo não teria gostado da atitude da modelo, já que os familiares não sabiam que ele usava drogas. Após os parentes deixarem o apartamento, o casal teve uma discussão e, de acordo com a denúncia, ele agrediu Isadora até a morte com golpes no abdômen.

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Os socorristas do Corpo de Bombeiros que atenderam o caso disseram à polícia que o lençol da cama estava sujo de sangue quando atenderam Isadora. Entretanto, quando investigadores chegaram ao local, a cama estava sem o lençol. A denúncia contra Paulo inclui a modificação da cena do crime.

O réu chegou a ficar preso em duas ocasiões, em 2018 e 2019, mas atualmente está solto. A defesa de Paulo nega as acusações e afirma que a vítima morreu “em virtude de uma overdose acidental”.

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