A movimentação do maior iceberg do mundo tem chamado a atenção de cientistas. Isso porque após passar três décadas imóvel, ele voltou a flutuar, e agora “gira” no mesmo lugar, em uma “armadilha oceânica”.
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O iceberg, catalogado como A23a, tem duas vezes o tamanho de São Paulo e o tamanho equivalente a área metropolitana de Londres. Ele possui quase quatro mil quilômetros quadrados e uma espessura de 399 metros, o que o torna o maior do mundo.
A estrutura de gelo se soltou da Plataforma Filchner em agosto de 1986, e ficou parado por 30 anos. Em 2020, ela voltou a flutuar. O A23a se deslocava pelo Mar de Weddell, no Oceano Antártico quando caiu na “armadilha”.
Já no ano de 2023, o iceberg passou a se mover por conta da Corrente Circumpolar Antártida, definida pela BBC como “um rolo compressor que movimenta cem vezes mais água ao redor do globo do que todos os rios da Terra juntos”.
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— Normalmente você pensa em icebergs como coisas transitórias; eles se fragmentam e derretem. Mas não este. O A23a é o iceberg que simplesmente se recusa a morrer — afirma o pesquisador Mark Brandon, da Open University, à BBC News.
Apesar de ter caído na “armadilha”, o iceberg não está encalhado, já que há pelo menos mil metros de água entre ele e o fundo do mar.
Atualmente, o iceberg está girando na direção anti-horária em cerca de 15 graus por dia, o que tem adiado sua “morte”, segundo especialistas.
Na década de 1920, o físico Geoffrey Ingram Taylor descreveu pela primeira vez o fenômeno que “prendeu” o iceberg. A massa de água giratória é formada a partir de uma corrente que encontra uma obstrução no fundo do mar, que pode se separar em dois fluxos distintos.
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Nesse caso, uma “protuberância” conhecida como Pirie Bank e com 100 km de largura estaria causando o fenômeno, com o vórtice no topo do banco, onde o iceberg está preso.
*Com informações de O Globo e BBC
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