Ao menos 61 grupos reflexivos para homens autores de violência contra mulher vão integrar as comarcas do Tribunal de Justiça, em Santa Catarina. O anúncio foi feito durante a audiência pública “Catarina somos todas nós – Pelo direito à vida de todas as mulheres”, realizada na Assembleia Legislativa (Alesc), na quinta-feira (27). As cidades onde eles os grupos serão instalados não foram divulgadas.

Continua depois da publicidade

A audiência pública ocorreu após o assassinato da universitária Catarina Karsten, de 31 anos, em uma trilha da Praia do Matadeiro, em Florianópolis. Durante o encontro, diferentes autoridades ressaltaram a necessidade de políticas públicas para fortalecer a proteção e a garantia dos direitos das mulheres catarinenses.

Para a juíza Naiara Brancher, é necessário escutar para aperfeiçoar as ações.

— Por mais que trabalhemos e atuemos, a violência contra a mulher é uma demanda que não acaba. E nós fomos surpreendidos, numa sexta-feira, com duas mulheres catarinenses mortas em um único dia. E isso nos serve de alerta e desafio, que é o enfrentamento da violência, que mostra como todos estamos falhando, como a sociedade inteira precisa ser escutada — disse.

A juíza relembrou do levantamento indicando que 33% de todas ações criminais têm relação com a violência contra a mulher, divulgado no início deste ano. Para Naiara, é necessário assegurar a dignidade da pessoa humana e o direito à vida.

Continua depois da publicidade

Catarina somos todas nós – Pelo direito à vida de todas as mulheres

O evento, de iniciativa da deputada estadual Luciane Carminatti (PT), contou com a presença de várias lideranças femininas de Santa Catarina. A deputada lamentou os números no Estado, que estão cada vez mais alarmantes.

— Nós temos muitas moções, audiências e requerimentos aqui na Alesc, mas a impressão que nós temos é que, de tudo o que a gente faz, a violência é tão maior que a gente não consegue abalar as estruturas e ela continua. Então isso significa que momentos como o de hoje precisam ser mais cotidianos e que as políticas públicas precisam acontecer. Nós não precisamos de anúncios, nós precisamos de resultados — comentou a deputada.

Estiveram presentes na audiência pública:

  • Chefe do Ministério Público (MPSC), procuradora-geral da Justiça Vanessa Cavallazzi;
  • Procuradora-geral do Ministério Público de Contas (MPCSC), Cibelly Farias;
  • Presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim/SC), Marlete de Oliveira;
  • Coordenadora do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres (Nudem), defensora pública Anne Teive Auras.

Antonietas

Antonietas é um projeto da NSC que tem como objetivo dar visibilidade a força da mulher catarinense, independente da área de atuação, por meio de conteúdos multiplataforma, em todos os veículos do grupo. Saiba mais acessando o link.

Continua depois da publicidade

topo-antonietas-nsc-total-2

*Sob supervisão de Luana Amorim