A comunidade astronômica internacional fez um registro curioso nos últimos dias. Até novembro de 2025, mais de 40 mil asteroides já foram detectados e catalogados pelos cientistas passeando “próximos” da Terra. Os chamados NEAs (Asteroides próximos da Terra, na sigla em inglês) são rochas espaciais cujas trajetórias as trazem relativamente perto da órbita do nosso planeta.

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O primeiro NEA, chamado Eros, foi descoberto em 1898. Os asteroides já catalogados são de diversas origens e tamanhos diferentes, desde pequenos fragmentos de apenas alguns metros até gigantes rochosos com vários quilômetros de diâmetro.

A marca de 40 mil objetos catalogados reflete um avanço tecnológico crucial nas últimas décadas, impulsionado por programas de Defesa Planetária coordenados por agências como a NASA (Agência Espacial Americana) e a ESA (Agência Espacial Europeia). A vigilância intensiva permite aos cientistas não apenas rastrear, mas também modelar as trajetórias desses corpos celestes com grande precisão.

10 mil asteroides descobertos em três anos

A disparada no número de objetos catalogados é um testemunho do aumento da capacidade global de vigilância espacial. Enquanto o primeiro NEA foi detectado no final do século 19, e levou mais de um século para catalogar os primeiros 30 mil, cerca de 10 mil novos asteroides foram adicionados a este relatório nos últimos três anos, ou seja, a partir de 2023.

Essa crescente é resultado direto da implementação de novos telescópios automatizados e da melhoria contínua de algoritmos e sistemas de alerta rápido, como o ATLAS, nos Estados Unidos, e o futuro Observatório Vera C. Rubin, no Chile. Essas estruturas permitem que os astrônomos monitorem áreas cada vez maiores do céu noturno em busca de potenciais ameaças.

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Defesa planetária

Detectar, monitorar e acompanhar asteroides próximos da Terra é a base para as estratégias de defesa planetária existentes, desenvolvidas e coordenadas pela NASA, ESA e outras agências espaciais e observatórios.

Mesmo que ainda não exista um sistema de defesa planetária que possa ser acionado de forma imediata, e de ainda não termos tecnologia eficiente o bastante para impedir a colisão de uma grande rocha espacial com a Terra, há alguns protocolos e estratégias bem estabelecidas, como o envio de sondas para se chocarem com asteroides de maneira intencional para desviar a rota e explosões químicas, entre outras táticas. Mas todas elas exigem que as possíveis ameaças sejam descobertas com tempo hábil para a operação.

Possíveis ameaças

Apesar de chamar a atenção, poucos asteroides entre os 40 mil já detectados representaram alguma ameaça real de colisão com a Terra. Entre eles, está um recém-descoberto: desde 2024, cientistas monitoram a trajetória de uma rocha espacial relativamente grande e que apresenta um risco mínimo de atingir o nosso planeta ou então a Lua no final de 2032.

Embora a chance de qualquer um dos 40 mil asteroides registrados colidir com a Terra permaneça extremamente baixa e a maioria dos objetos perigosos já tenha sido mapeada, o trabalho de monitoramento não cessa. Agências espaciais e observatórios ao redor do globo continuam a aprimorar seus instrumentos e modelos de previsão a cada ano.

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