A dermatologista Débora Cadore é pioneira mundial no tratamento capilar com o uso de células-tronco autólogas, ou seja, que são colhidas do próprio paciente. A técnica, que tem auxílio do dispositivo LipoCube, já era conhecida na área, mas nunca tinha sido aplicada para tratar tipos de alopecia, como faz a médica em Florianópolis há três anos.
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Natural da capital catarinense, Débora Cadore é graduada em Medicina pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Especialista em Dermatologia com formações no Brasil, Itália e Estados Unidos, Débora trata diferentes doenças capilares — como calvície androgenética e alopecias cicatriciais — por meio do método. Ela também utiliza a técnica para preparar o couro cabeludo antes de transplantes capilares.
A trajetória da médica no campo começou após a especialização em oncologia cutânea. Durante um período na Itália, onde realizou diversos “fellowships” (programa de complementação especializada) com especialistas como Antonella Tosti — responsável pelo desenvolvimento da dermatoscopia para o diagnóstico e tratamento de doenças capilares e Giovanni Pellacani — especialista em dermato-oncologia, fisiopatologia cutânea e bioengenharia da pele para avaliação de doenças inflamatórias —, Débora se encantou pela área de cabelos e unhas.
Na época, o campo ainda era pouco explorado na dermatologia brasileira. Desde então, a médica passou a se aprofundar no tema, se tornando referência em diagnóstico e tratamento de doenças do couro cabeludo.
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— A aplicabilidade clínica das células-tronco era, até pouco tempo, distante do consultório. Hoje, com o uso de dispositivos como o LipoCube, conseguimos fazer a separação celular no próprio consultório, com segurança e resultados impressionantes — diz Débora.
Conheça a médica pioneira
O procedimento consiste na retirada de uma pequena quantidade de gordura do próprio paciente, que é processada para extrair células-tronco mesenquimais. Depois, essas células são injetadas na área afetada do couro cabeludo, promovendo regeneração, melhora na qualidade da pele e estímulo ao crescimento dos fios. O processo leva de duas a três horas, e o paciente pode retomar as atividades em até 24 horas.
A médica atende, em média, 400 pacientes por mês, entre homens e mulheres de 30 a 70 anos. A duração do tratamento depende do diagnóstico do paciente, e custa a partir de R$ 4 mil.
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— O tratamento pode ser feito em pessoas de qualquer idade, com alguns cuidados. Não vamos fazer em uma gestante, por exemplo — comenta.
Quais são os tipos de alopecia?
A alopecia é uma condição em que ocorre perda de cabelo ou de pelo em qualquer parte do corpo. O tipo mais comum e conhecido é a calvície.
Veja quais são os tipos de alopecia, de acordo com a Pfizer:
- Alopecia androgenética: de origem genética, é o tipo mais comum de queda de cabelo. O problema pode se iniciar na adolescência, porém, fica mais aparente entre os 40 e 50 anos. Os cabelos ficam ralos e, progressivamente, o couro cabeludo mais aberto. Nas mulheres, a região central é mais acometida (calvície de padrão feminino), enquanto homens apresentam falhas nas entradas e no topo da cabeça (calvície de padrão masculino);
- Alopecia areata: é considerada uma doença autoimune, quando o sistema imunológico (mecanismo de defesa natural) ataca o próprio corpo. As células ao redor do folículo capilar o atacam e impedem a produção de novos fios. Isso costuma causar falhas em formatos arrendados não apenas no couro cabeludo, como na barba, cílios e sobrancelhas. A condição é mais comum em pessoas jovens, principalmente abaixo dos 20 anos. A alopecia areata pode estar associada a fatores genéticos, reações no sistema imunológico causadas por micro-organismos e estresse. Doenças como lúpus e vitiligo também podem ter relação;
- Alopecia por tração: acontece quando a pessoa faz penteados, como tranças e rabos de cavalo apertados, que forçam a raiz do cabelo. Nestes casos, pode haver dano irreversível quando o folículo é danificado;
- Eflúvio telógeno: nesse tipo de alopecia, é comum a queda de até 300 a 500 fios por dia. Isso resulta, sobretudo, na perda de volume do cabelo. Um evento ou condição médica, como desequilíbrio da tireoide, parto, cirurgia ou febre, geralmente a desencadeia. Pode ocorrer, ainda, como resultado de uma deficiência de vitaminas ou minerais. Se o evento desencadeante for temporário — por exemplo, se você se recuperar da doença que está causando a queda de cabelo — o cabelo pode voltar a crescer depois de seis meses. Em alguns casos, a perda de cabelo pode durar anos.
- Alopecia cicatricial: é um tipo mais raro da queda capilar, em que inflamações causam danos aos folículos capilares. No lugar, há crescimento de tecido cicatricial, o que impede a produção de novos fios no couro cabeludo. A queda pode começar de forma súbita ou progredir lentamente. Para algumas pessoas, a alopecia cicatricial pode incluir ainda lesões vermelhas ou brancas no couro cabeludo, inchaço e coceiras;
- Alopecia frontal fibrosante: esse tipo de alopecia atinge principalmente mulheres que estão no período pós-menopausa. Ocorre normalmente em um padrão de recuo da linha do cabelo. As sobrancelhas e axilas também podem sofrer perda de pelos. Os sintomas podem incluir, ainda, o aparecimento de manchas vermelhas e “bolinhas” na face.
À frente da Cadore Clínica Dermatológica, localizada na Capital, Débora lidera uma equipe multidisciplinar especializada em dermatologia clínica, cirúrgica e estética. A clínica oferece tratamentos para cabelos, rosto e corpo, com foco em tecnologia, ciência e cuidado individualizado.
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— O futuro dos tratamentos está na regeneração. Estamos saindo de uma era de tratamentos artificiais para uma medicina verdadeiramente regenerativa e personalizada — afirma a médica.
O diagnóstico, de acordo com ela, é o primeiro passo para um bom tratamento.
— É fundamental lembrar que nem toda queda de cabelo é estresse. O diagnóstico correto é o primeiro passo para um tratamento eficaz, afinal, não é só cabelo — pontua.
Antonietas
Antonietas é um movimento da NSC que tem como objetivo dar visibilidade a força da mulher catarinense, independente da área de atuação, por meio de conteúdos multiplataforma, em todos os veículos do grupo. Saiba mais acessando o link.

*Sob supervisão de Andréa da Luz
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