A blumenauense Fernanda Zimmermann, 38, terá uma Páscoa ainda mais doce neste ano. Ela considera ter ganhado uma nova chance de viver, um renascimento que aconteceu justamente no mês em que veio ao mundo, agosto. No ano passado, contraiu e sobreviveu ao coronavírus depois de dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

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No dia 2 de agosto, aniversário de Fernanda, o marido testou positivo para o vírus. Na mesma semana a advogada, que não tem comorbidades, começou a sentir os primeiros sintomas, como cansaço, enjoo, falta de olfato. Ela iniciou o tratamento em casa após orientação médica em um posto de saúde da cidade.

Os sintomas eram leves e ela se sentia bem. Quando o plano de saúde liberou o exame para confirmar a Covid-19, uma semana depois, foi dirigindo sozinha até o Hospital Santa Isabel, em Blumenau. No dia seguinte, no entanto, pediu para a irmã levá-la até o Hospital do Pulmão, porque o quadro havia piorado repentinamente.

Lá recebeu o diagnóstico de embolia pulmonar, causada pelo vírus, e foi levada às pressas de volta ao Hospital Santa Isabel, onde ficou internada durante 11 dias.

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— A Covid-19 é uma loteria, você não sabe o que pode acontecer. As pessoas ficam brigando pelas formas de tratamento, mas não tem como prever o futuro — opina.

Dois dias depois de dar entrada na unidade foi transferida para a UTI e intubada. Ficou quase uma semana respirando por aparelhos. Durante o período difícil, uma médica colocava vídeos de Adrian, o único filho, que estava com oito meses à época, para Fernanda ouvi-lo. Foram as doses da cura.

A data da extubação, procedimento em que a pessoa volta a respirar por conta própria, revela outra sincronia: o dia 17/08 foi quando a avó materna morreu, quatro anos antes. A oma, como Fernanda chamava, era uma pessoa muito querida, com quem tinha uma forte ligação e morou durante oito anos.

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Depois de deixar o hospital, mais dificuldades surgiram. A advogada sofreu estresse pós-traumático e teve que passar por acompanhamento psiquiátrico. E mais uma vez foi a maternidade que deu forças para ela continuar.

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— Eu tinha muita vontade de sair desse buraco por causa do meu filho. É um filme de terror ficar dentro do hospital nessa situação, você sai de lá muito fragilizado — relata.

Pouco mais de sete meses depois da internação, Fernanda está recuperada e sem sequelas, acompanhando o crescimento do filho do jeito que toda mãe gosta: de perto.

*Estagiária sob supervisão de Bianca Bertoli.

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