Imagens das consequências do terremoto de magnitude 7,7 que atingiu Mianmar chocaram o mundo nesta sexta-feira (28). Até o momento, são ao menos 144 mortos e 732 feridos. O fenômeno também foi fortemente sentido na Tailândia e na China. As informações são do g1.
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A TV estatal de Mianmar divulgou, em nota disparada via Telegram, o número de mortos e feridos.
Na Tailândia, o terremoto chegou a derrubar um prédio em construção na capital, Bangkok. Equipes de resgate fazem busca por 110 desaparecidos nos escombros. Na cidade, ao menos nove pessoas morreram, de acordo com a agência de notícias Reuters.
O que explica a força dos tremores?
O epicentro do tremor foi localizado a 16 quilômetros a noroeste da cidade de Mandalay, que fica na região central de Mianmar. Além da magnitude considerada muito alta, o que agravou a força dos tremores foi a pouca profundidade do epicentro, que ocorreu a 10 quilômetros do solo.
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A junta militar que governa Mianmar decretou estado de emergência em seis regiões, incluindo Sagaing, Mandalay e a capital, comunicou a mídia estatal. Desde o golpe de Estado em 2021, a junta detém o controle sobre rádio, televisão e jornais na região. O acesso à internet também é limitado.
Os estragos fizeram com que a junta militar fizesse algo raro: pedisse doações a qualquer país ou organização que queira contribuir com as ações de resgate. O porta-voz também solicitou materiais médicos para as vítimas durante um pronunciamento na TV estatal. Até agora, a União Europeia, a França e a Índia já manifestaram disposição de enviar ajuda.
A guerra civil no país que já dura quatro anos deixa consequências de infraestrutura precária, além de um sistema de saúde debilitado.
Segundo uma estimativa do governo dos Estados Unidos, as consequências podem ser milhares de mortes e graves perdas econômicas. De acordo com o serviço geológico norte-americano, as regiões de Sagaing e Meiktila, em Mianmar, são as mais afetadas: “No geral, a população desta região reside em estruturas vulneráveis a tremores de terra”.
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As antigas autoridades do país, depostas após o golpe, formaram um governo paralelo, o Governo de Unidade Nacional. Eles dizem que também auxiliam nos resgates.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está, no momento, em viagem a Hanói, no Vietnã. O terremoto também foi sentido na região, mas um ministro informou que a comitiva brasileira não foi afetada.
Rastro de destruição
Os tremores foram sentidos na tarde desta sexta-feira, no horário local — madrugada, pelo horário de Brasília. António Guterres, chefe da ONU, disse que as Nações Unidas estão se mobilizando para ajudar os necessitados após o terremoto.
— A infraestrutura pública foi danificada, incluindo estradas, pontes e prédios públicos. Atualmente, temos preocupações com represas de grande porte — informou Marie Manrique, coordenadora de programas da Federação Internacional da Cruz Vermelha.
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Em Mianmar, duas pontes colapsaram e vários edifícios foram destruídos em pelo menos cinco outras cidades. Mandalay, antiga capital real e centro do budismo do país, é um dos locais mais afetados pelo terremoto.
Um morador que preferiu não se identificar disse à Reuters que a destruição se espalhou por toda a cidade. De acordo com ele, estradas foram danificadas, linhas telefônicas interrompidas, não há eletricidade e um bairro, Sein Pan, está em chamas.
— Todos nós corremos para fora de casa enquanto tudo começou a tremer. Testemunhei um prédio de cinco andares desabando diante dos meus olhos. Todos na minha cidade estão na rua e ninguém ousa voltar para dentro dos prédios — compartilhou.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram centenas de pessoas em pânico na pista do Aeroporto Internacional de Mandalay, em Mianmar. Dentro do terminal, passageiros correm para fora do saguão, que ficou destruído.
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Em Bangkok, na Tailândia, o terremoto causou tremores em vários prédios e até derrubou um arranha-céu em construção. Em outro edifício da capital tailandesa, a água de uma piscina no terraço caiu com a força do tremor, formando uma “cachoeira” diante do prédio.
Moradores foram às ruas, assustados, devido a sirenas que foram acionadas em toda a cidade, disseram testemunhas à agência de notícias Associated Press (AP).
*Sob supervisão de Andréa da Luz
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