Ter um relacionamento é quase que viver todas as emoções ao mesmo tempo. Há os momentos de alegria, onde o amor prevalece, mas também aqueles de tristeza, onde a raiva e o ódio ganham espaço em meio as declarações. Mas como equilibrar tudo isso em meio as relações modernas?

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Este é o foco da peça “Como salvar um casamento”, apresentada por Nany People, um dos maiores nomes do humor brasileiro, que ocorre em Florianópolis na próxima sexta-feira (30) no Teatro Ademir Rosa. O espetáculo, que retorna à capital catarinense 15 anos após a estreia, traz uma nova visão dos relacionamentos amorosos, desde os novos formatos até os desafios atuais, enquanto a humorista interpreta uma espécie de “coach”.

Além do sucesso nos palcos, Nany também se prepara para lançar a biografia “Ser Mulher Não É Para Qualquer Um – A Saga Continua” em comemoração aos 60 anos. No livro, que chegará as bancas em junho, ela conta detalhes da mudança que enfrentou na carreira — e na vida — na última década, os desafios de ser uma mulher trans, entre outros temas, sem deixar de lado o jeito irreverente e o bom humor.

O NSC Total conversou com Nany sobre a vinda para Florianópolis, novidades sobre o lançamento do novo livro e também sobre o carinho da humorista pela capital catarinense. Confira:

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Essa nova temporada de “Como salvar um casamento” traz uma abordagem diferente sobre as nuances do amor daquela que você trouxe há 15 anos atrás, quando estreou o espetáculo. Para ti, o que mais mudou durante esse período quando o assunto é relacionamento? 

A gente resolveu remontar essa peça em formato monólogo. Ela tinha sido escrita 17 anos atrás, com uma visão muito feminina sobre o universo masculino, era uma visão só da mulher sobre o homem. Graças a Deus, progredimos, conquistamos, evoluímos e os relacionamentos se abriram. Então, não tem mais essa perspectiva só do feminino com masculino. A gente fala de relacionamentos de homem com mulher, homem com homem, mulher com mulher, até trisal a gente brinca uma hora. Duas coisas não saem de moda: amor e humor. Também a gente fez esse tom de palestra. A personagem que eu fazia antes se tornou uma coach, vamos dizer, emocional para falar sobre as dores e as alegrias desse universo que é se relacionar. Agora, a linguagem é muito mais universal, mais plural, a gente tá falando dos relacionamentos nas suas pluralidades.

Acredito que com as apresentações, você também aprende muito sobre relacionamentos com o público. Como é essa troca? 

É fantástica, a gente tinha a hora que abria para o pessoal poder contar suas histórias, fazer a sua defesa pessoal de cada casal, mas às vezes o casal ficava muito exposto, então não fazemos mais isso. Mas é muito legal ver as pessoas participando. As mulheres se acotovelam, comentam, riem sozinhas, falam “é isso mesmo”, elas se identificam muito. Quando a gente consegue falar de intimidade, quando chega o exemplo do saia-justa na cama, por exemplo, é muito divertido, as pessoas interagem, se identificam e se entregam muito.

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Nany, essa é a primeira vez que traz a peça para Florianópolis. Como está a expectativa para se apresentar por aqui? O que o público pode esperar dessa tua passagem pela capital catarinense? 

Florianópolis me recebe muito bem sempre, né? O pessoal de Florianópolis é muito querido. Eu fiz a antiga versão aí, em 2007, 2008, e foi um sucesso muito grande. Florianópolis sempre me acolhe muito bem. A expectativa sempre é a melhor possível. Primeiro que eu estou na cidade, que é um colírio. Estou na cidade que é, vamos dizer, o cenário de visita de todo mundo. E o povo é muito querido, muito cultural, o pessoal prestigia o teatro. Eu gosto muito. E sem contar, né, as delícias aí. O Ostradamus é uma parada obrigatória. Nossa, amo, amo, amo, amo. De paixão.

Não tem como não brincar com o título do espetáculo: afinal, quais as suas dicas para salvar um casamento? 

A gente dá várias dicas para que as pessoas não deixem esse bolo queimar. Porque, afinal, casamento é igual fazer uma receita de bolo, e em toda a receita, mudam-se os ingredientes, o jeito de bater, a temperatura…. E no final da peça, a gente fala do ingrediente maior que não pode faltar nessa mistura, para que o bolo não sole, e não queime também. Mas para saber disso tem que assistir a peça! A gente dá muitas dicas para que os copos não transbordem, porque casamento é isso, a gente vai se tornando com pequenas doses de toxicidade, vai ficando tóxico, tóxico quanto a gota vai caindo e você não vai vendo, de repente transborda, aí todo mundo enlouqueceu. Então a gente dá várias dicas, várias ideias de como não deixar a coisa transbordar.

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Bom, queria que você comentasse também sobre o lançamento da sua biografia, que ocorre agora em junho, que marca também o seu aniversário de 60 anos. Você diz que sua vida se transformou desde o lançamento do seu último livro, que celebrou seus 50 anos. Quais foram os principais aprendizados que você teve nessa última década e que te impactaram mais? 

O principal aprendizado que eu falo, é que a primeira biografia que contava a minha trajetória até os 50 anos, é de uma pessoa muito reativa. Essa década seguinte me deu a sensação, talvez por já ter conquistado muita coisa e estar começando a colher o que eu plantei pela vida, eu fiquei mais reflexiva, mais observadora sobre os resultados das coisas, dessa magia que é o jogo da vida. Existe uma grande jogada que você dá uma tacada na bola, agora o percurso da bola para cair não depende só de você, depende de diversos fatores. Eu fiquei muito reflexiva, muito analítica e mais, vamos dizer, não contabilizando tanto as perdas. Você vai perdendo pessoas, perdendo amigos, perdendo amores e você tem que se reciclar sempre. Então eu aprendi, sobretudo, a não me deixar levar pelas quedas, aprendi a me transformar. Formar com elas, aprendi com elas, com os erros, com o seu peso e a me tornar mais forte. Fui me tornando uma pessoa mais imune. Não que eu seja menos sensível, mas menos dolorosa, eu acho que eu criei mais casca dura, foi isso.

O que o leitor pode esperar desse novo livro? 

O livro é muito positivo. Eu falo sobretudo sobre esse tema tão recorrente nos nossos dias, que é o etarismo. Eu acho que os 50 me ensinaram a remasterizar as perdas da vida, sabe? Eu aprendi a contabilizar os créditos, os débitos, eu deixo pro day by day, eu não fico fazendo a coisa pior do que já é, então a gente tem que seguir em frente sempre. Eu cito isso várias vezes, se a gente não muda com a vida, a vida muda sem a gente, então é melhor a gente mudar com a vida, mudar junto, evoluir junto. Eu acho que nessa idade, dos 50, 60, que muita gente aposenta, joga a toalha, eu me reinventei. Entrei na TV Globo com 54, eu fiz quatro turnês mundiais, eu estou viajando o Brasil e o mundo com cinco solos. Esse ano, por exemplo, em 2025, eu rompi o ano fazendo uma turnê pelos Estados Unidos, que passou por Atlanta, Miami, Danbury e Boston. Então, eu tenho corrido muito, bastante e aprendi a contabilizar os créditos. Os débitos eu deixo pra lá.

E para a próxima década, o que Nany People almeja? Já tem planos para novos projetos?

Há projetos novos sempre, né? Vou estrear espetáculo novo agora, dia 4 de julho, “Ser mulher não é para qualquer um” e continuo viajando e fazendo do palco o meu melhor lugar, o meu melhor evento, a minha melhor festa, sempre. Eu acho que o teatro vem sempre na frente e vai ser sempre assim. Para quem tem essa vitalidade que eu tenho aos 60, quero chegar assim aos 80. É para isso que eu trabalho, é para isso que eu procuro organizar minha cabeça e meu espírito, com certeza.

Confira imagens da peça

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Ficha técnica

  • Um espetáculo de Nany People e Marcos Guimarães
  • Elenco: Nany People
  • Texto: Bruno Motta e Daniel Alves
  • Direção de cena: Bruno Motta
  • Concepção visual: Marcos Guimarães
  • Direção musical: Ricardo Severo
  • Iluminação: Ronny Vieira
  • Figurino: Fábio Ferreira
  • Produção Executiva: MG8 Cultural
  • Assessoria de Imprensa: Prisma Colab

Serviço

“Como Salvar Um Casamento”

  • Única apresentação: 30 de maio, sexta-feira
  • Horário: 20h
  • Local: Teatro Ademir Rosa (Avenida Governador Irineu Bornhausen, 5600 – Agronômica – Florianópolis, SC)
  • Ingressos: A partir de R$60,00 (meia entrada)
  • 70 minutos. 12 anos.
  • Vendas antecipadas: Sympla

Antonietas

Antonietas é um projeto da NSC que tem como objetivo dar visibilidade a força da mulher catarinense, independente da área de atuação, por meio de conteúdos multiplataforma, em todos os veículos do grupo. Saiba mais acessando o link.

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