A Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia (Basarnas) pediu através das redes sociais para que as pessoas não culpem os socorristas em caso de acidentes como o de Juliana Marins, brasileira que morreu ao cair de uma trilha na Indonésia. Nos comentários da página da equipe de socorro no Instagram, brasileiros lotaram os comentários de críticas sobre o resgate malsucedido da jovem. As informações são do g1.
Continua depois da publicidade
“Fazer trilha até o Monte Rinjani é um esporte de turismo extremo. Tenha respeito e conheça seus limites. Quando acontecer um acidente, não culpe os socorristas sem entender o que eles passam”, diz o post republicado pelo Basarnas. A publicação original é do perfil @swarataufik.
Pai de Juliana Marins diz que filha morreu “fazendo o que mais gostava” em carta emocionante
Resgate do corpo de Juliana é finalizado
Os trabalhos para resgatar o corpo de Juliana foram finalizados na manhã desta quarta-feira (25), no horário de Brasília. A brasileira foi levada a um hospital em Sembalun, cidade mais próxima ao Monte Rinjani. Segundo o chefe da Basarnas (Agência Nacional de Busca e Resgate), marechal do ar Muhammad Syafi’i, ela foi encontrada a cerca de 600 metros abaixo da trilha.
— Após a entrega oficial do corpo pela Basarnas ao hospital, o processo de repatriação ou procedimentos posteriores ficarão a cargo das autoridades e da família — disse Syafi’i a uma televisão indonésia.
Continua depois da publicidade
Em um tom de indignação, brasileiros deixaram diversas críticas nas redes sociais de autoridades e órgãos da Indonésia. “Juliana caiu a 300 metros e estava viva! Vocês a deixaram por 4 dias sem socorro! Esperaram fumando e sentados, como vimos em diversos vídeos enquanto ela morria!”, escreve uma pessoa.
“Não vão a países que não se preocupam com a vida de seus visitantes (…), a obrigação é ter um plano de resgate, tem drones que carregam até 25 quilos, inadmissível lucrarem e não terem o mínimo de respeito aos visitantes!”, comentou outra.
Veja fotos de Juliana
Entenda o caso
Juliana estava em uma trilha no Monte Rinjani, com 3.726 metros de altitude, sendo o segundo vulcão mais alto da Indonésia e uma das trilhas mais complicadas do país. O percurso pode durar de dois a quatro dias e inclui trechos íngremes, instabilidade climática e riscos elevados, especialmente em épocas de neblina.
Continua depois da publicidade
Equipes de resgate estavam tentando resgatar Juliana desde sábado (21), quando ela estava a uma profundidade de 250 metros. Por causa do terreno instável do vulcão, a brasileira estava “escorregando” cada vez mais para baixo e, por causa das condições climáticas, com forte neblina, as buscas estavam lentas. As informações foram divulgadas pela irmã de Juliana, Mariana Marins, que atualizava diariamente as redes sociais.
Na segunda-feira (23), o Parque Nacional do Monte Rinjani informou que a brasileira já estava a 500 metros de profundidade, “visualmente imóvel”.
Nesta terça-feira (24), Juliana foi vista a cerca de 650 metros da trilha, ainda mais abaixo. Algumas horas depois, a família confirmou que a brasileira foi encontrada já sem vida.
Para a família de Juliana, que ouve relatos de pessoas que trabalham no parque, ela foi abandonada pelo guia e entrou em desespero.
Continua depois da publicidade
— Ela não sabia para onde ir, não sabia o que fazer. Quando o guia voltou, porque viu que ela estava demorando muito, ele viu que ela tinha caído lá embaixo — disse a irmã de Juliana.
O guia Ali Musthofa, em entrevista ao O Globo, disse que pediu para que Juliana descansasse e que o combinado era que ele iria a esperar um pouco mais a frente. Segundo o relato, ele ficou a três minutos de distância dela, mas que “depois de uns 15 ou 30 minutos, a Juliana não apareceu”.
Leia mais
Entenda o caso da brasileira que há mais de 30 horas aguarda resgate em vulcão na Indonésia
Ponto turístico que brasileira caiu na Indonésia registrou ao menos três mortes em três anos
 
				 
                                     
                            
                            


