A morte de um papa mobiliza toda a estrutura da Igreja Católica. No caso de Francisco, falecido aos 88 anos, o dia seguinte à sua morte marca o início de uma série de ritos litúrgicos, decisões administrativas e movimentações políticas no Vaticano. As informações são do jornal O Globo.

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As etapas seguem o Ordo Exsequiarum Romani Pontificis, o protocolo oficial do funeral de um pontífice, atualizado por ele próprio em 2024.

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Verificação oficial da morte

O primeiro passo ocorreu ainda na noite do falecimento, ou seja, na segunda-feira (21). O camerlengo, atualmente o cardeal Kevin Joseph Farrell, realiza o rito de confirmação da morte. Ele chama o papa pelo nome de batismo três vezes em uma capela privada. Sem resposta, o falecimento é oficialmente declarado, e a Igreja entra em luto.

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Essa prática, antes realizada no quarto papal, foi um dos pontos alterados por Francisco. A cerimônia passou a ocorrer em um local reservado do Vaticano, respeitando a intimidade do momento.

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Frases marcantes do Papa Francisco

Corpo é colocado diretamente no caixão

Ao contrário dos papas anteriores, cujo corpo era preparado em etapas e exibido em pedestal elevado, Francisco determinou uma abordagem mais simples. O corpo é colocado diretamente em um caixão de madeira com revestimento de zinco, sem o uso dos tradicionais três caixões de cipreste, chumbo e carvalho.

O caixão permanece fechado até o dia da missa exequial, quando será levado em procissão até a Basílica de São Pedro, onde o público poderá prestar as últimas homenagens.

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Preparação para o funeral e o conclave

Enquanto a Igreja se organiza para o funeral, que deve ocorrer entre quatro e seis dias após a morte, começam também os bastidores do Conclave, a reunião dos cardeais que escolherá o novo papa. A data da eleição ainda não é anunciada, mas o camerlengo já inicia os preparativos administrativos.

A cerimônia fúnebre será acompanhada por chefes de Estado, líderes religiosos e milhares de fiéis, e marca o início dos novendiales, nove dias de missas em sufrágio pela alma do papa falecido.

Mudança no local do sepultamento

Diferentemente de seus antecessores, Francisco pediu para ser enterrado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, e não na Basílica de São Pedro. A escolha reflete sua devoção à imagem de “Salus Populi Romani”, ícone da Virgem Maria que ele visitava antes e depois de cada viagem apostólica.

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Essa decisão, assim como as outras mudanças litúrgicas, demonstra o esforço de Francisco em reformar e simplificar os ritos papais sem abrir mão do significado espiritual.

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