A divulgação dos e-mails do caso Jeffrey Epstein revelou dois novos nomes: o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em um troca de mensagens com um interlocutor não identificado, o bilionário americano diz ter recebido uma ligação do escritor Noam Chomsky com Lula na linha, quando estava na prisão.
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Em setembro de 2018, Chomsky fez uma visita a Lula na sede da Polícia Federal em Curitiba (PR). A data coincide com as mensagens enviadas por Epstein. A Secretaria da Presidência da República, contudo, nega a ligação.
“A informação não procede. A citada ligação telefônica nunca aconteceu”, declarou em nota.
Depois, as mensagens continuam citando o que pode ser a eleição brasileira. “Diga a ele que meu garoto vai vencer a eleição no primeiro turno”, escreveu o interlocutor de Epstein. Em seguida, ele cita “uma mensagem de Lula ao Partido dos Trabalhadores (PT) sobre a militância da organização”.
Umas mensagens depois, o financista escreve: “Bolsonara [sic] the real deal” (Bolsonaro é o cara). O ex-presidente também é mencionado como “amigo paraquedista brasileiro”.
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A conversa tem ainda menções sobre a política na América do Sul de forma geral, na qual Epstein diz que a Argentina seria o “próximo [país] a colapsar” e o interlocutor responde que seria preciso a liderança de “um populista”.
Os e-mails foram divulgados na quarta-feira (12) após membros do Partido Democrata divulgarem os materiais afirmando que o presidente Donald Trump tinha conhecimento dos abusos cometidos por Jeffrey Epstein, e teria até passado horas com uma das vítimas.
Crise no governo Trump
O caso Epstein representa uma crise para o governo Trump, já que mesmo apoiadores do presidente têm questionado as possíveis ligações e pedem a publicação dos documentos ligados ao bilionário. Mesmo negando, Trump tem sofrido pressões, inclusive por sua base aliada.
Trump declara que os dois foram amigos no passado, mas que romperam a relação há anos, e nega ligação com os crimes. Contudo, durante sua campanha ele chegou a prometer que uma “lista” de clientes do abuso sexual infantil seria divulgada.
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Essa “lista” seria um suposto documento que estaria entre as anotações de Epstein. Em fevereiro, o Departamento de Justiça publicou alguns documentos do caso, porém sem novidades.
Contudo, desde então o presidente começou a negar a existência desse material, além de minimizar o caso, chamando de “idiota” quem “ainda se importava com isso”. O Departamento de Justiça o alertou em maio que ele era um dos nomes que aparecia nos documentos de Epstein.
De acordo com e-mails publicados pelo Congresso dos EUA nesta quarta, Jeffrey Epstein afirmou que o presidente Trump, “sabia” de suas condutas. Em uma certa ocasião, ele “passou horas” em sua casa com uma vítima de abuso.
*Com informações de Folha de S. Paulo e g1

