Uma comitiva de senadores brasileiros viajou para Washington, nos Estados Unidos, com o objetivo de convencer empresários e autoridades do país a adiar o início das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. O primeiro dia de agendas aconteceu nesta segunda-feira (28) e, para os próximos dias, estão programadas mais reuniões com autoridades no país.
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Na manhã desta segunda, os senadores tiveram agenda na residência da embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti. No início da tarde, eles se reuniram com lideranças empresariais e representantes do Conselho Empresarial Brasil-EUA na Câmara de Comércio dos EUA.
Os senadores buscam articular uma tentativa de elaborar uma carta conjunta com a Câmara Americana de Comércio destinada às autoridades norte-americanas, pedindo a prorrogação do prazo para início das sobretaxas.
Nesta terça-feira (29), estão previstas na agenda oficial reuniões com mais autoridades norte-americanas. Os encontros serão com congressistas americanos, incluindo representantes do Partido Democrata e do Partido Republicano. Os nomes dos participantes norte-americanos, no entanto, não foram divulgados. A primeira reunião estava prevista para as 10h30min, no horário local (11h30min, no horário de Brasília).
As conversas ocorrem no Capitólio, sede do Congresso dos EUA. Ao fim do dia, os senadores brasileiros devem conceder uma entrevista à imprensa local, na escadaria principal do Capitólio.
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O senador catarinense Esperidião Amin (PP) está entre os oito senadores brasileiros que viajaram aos Estados Unidos para participar da negociação. Nesta segunda-feira, após o primeiro dia de agendas, ele voltou a defender o adiamento do tarifaço e apelou ao presidente Lula para que ele ligue para Donald Trump para negociar. Aliados do presidente afirmam que o petista considera a possibilidade de fazer contato com Trump.
Já na quarta-feira (30), último dia de programação, o primeiro encontro, entre senadores, empresários e autoridades, acontece na Sociedade das Américas/Conselho das Américas, às 8h30min. Já às 10h15min está marcada uma coletiva de imprensa da missão oficial na Embaixada do Brasil em Washington.
O que foi discutido até agora
O primeiro dia de agenda da comissão de senadores que viajou aos Estados Unidos teve, entre as discussões, tentativas de prorrogação do prazo. O senador catarinense Esperidião Amin (PP), que participa da comitiva, conta que a segunda-feira foi dedicada a enfatizar o pedido para que a entrada em vigor do tarifaço seja prorrogada.
— Todos os empresários aqui presentes concordaram. Será um prejuízo muito grande, e provavelmente inútil, fazer com que entre em vigor no dia 1º de agosto esta medida, que certamente será suspensa, no mínimo atenuada, pela posição privilegiada do Brasil, que é um dos três países do mundo que dá mais superávit para a balança comercial dos Estados Unidos — sustentou Amin.
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Os parlamentares ouviram de empresários norte-americanos que um manifesto em defesa da prorrogação do prazo pode ser publicado ainda nesta semana. O objetivo seria sensibilizar a Casa Branca sobre os impactos negativos da medida para ambos os países.
Entre os argumentos defendidos estão o curto prazo entre o anúncio das tarifas e a implementação, o que pode comprometer a exportação de produtos que já foram embarcados do Brasil, e setores de itens perecíveis.
— São cargas que já tinham saído do Brasil. É difícil para qualquer setor se reorganizar diante de uma mudança abrupta dessas — afirmou o senador Nelsinho Trad (PSD-MS).
O senador Carlos Viana (Podemos-MG) afirmou que foi solicitado que a Câmara de Comércio faça o intermédio de uma conversa entre os presidentes dos EUA e Brasil, para retomar o diálogo político de alto nível entre os dois países.
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Ainda, os senadores presentes na missão afirmaram que o Brasil está disposto a abrir um canal direto de diálogo entre os presidentes Lula e Trump, com uma possível conversa entre os dois por telefone ou presencialmente.
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