A Justiça determinou a internação provisória do adolescente de 16 anos que entrou em uma escola de Estação, no Rio Grande do Sul, e matou uma criança, além de ter deixado outras feridas na manhã desta terça-feira (9). Segundo o delegado Jorge Fracaro Pierezan, ele teria cometido o crime sozinho. A Polícia Civil atua para entender as motivações. Com informações da GZH. 

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A criança morta é um menino de 9 anos, que foi atingido por pelo menos 11 facadas, quase todas na região das costas. Duas meninas, de 8 anos, e uma professora, de 34, também ficaram feridas. De acordo com o Hospital de Caridade, em Erechim, a docente está internada para observação: “o estado dela é estável, só muito abalada emocionalmente”.

O adolescente prestou depoimento à Polícia Civil e ao Ministério Público entre o fim da manhã e o início da tarde de terça-feira. Ele não tinha relação com a escola e nem antecedentes criminais. 

— A princípio ele agiu sozinho. Sabemos que ele entrou e foi em apenas uma sala, do terceiro ano. Faremos toda a investigação a partir de agora, e maiores informações estão em sigilo — afirmou o delegado Jorge Fracaro Pierezan.

Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a internação provisória tem duração de 45 dias. O caso tramita sob segredo de Justiça.  

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Como foi o crime 

O caso foi registrado por volta de 10h desta terça-feira após o adolescente entrar na escola “de forma tranquila” por já ser conhecido pelos funcionários, como contou o coronel Carlos Aguiar, comandante do Comando Regional de Policiamento Ostensivo da Região Norte (CRPO Norte). 

— Ele disse que queria entregar um currículo e pediu para ir no banheiro. Então causou uma surpresa geral quando começou o ataque — disse. 

Depois, entrou na sala do terceiro ano do ensino fundamental, onde desferiu os golpes contra três estudantes e uma professora. Foram encontradas três facas com ele. 

O zelador Luís Carlos dos Santos foi o responsável por desarmar o adolescente ao atingi-lo com uma pá nas costas. O agressor também tentou entrar na sala do quinto ano. Os alunos da escola foram acolhidos pela aposentada Ercina Dalacorte, de 76 anos, que viu as crianças fugindo do local.

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— Vi que as crianças começaram a correr para o meio da rua, achei que fosse um incêndio. Eram todos pequenos, fiquei com muita pena porque eles choravam e me abraçavam — conta.

Polícia fez buscas na casa do adolescente 

A Polícia Civil fez buscas na casa onde o adolescente morava com o objetivo de identificar eventuais pistas que levem à motivação do ataque. 

— Até o momento, há indícios de que o adolescente escolheu essa escola através das redes sociais, porque achava que era melhor a que ele estuda, onde tem crianças maiores e que poderiam revidar [ao ataque]. Há um entendimento de que foi premeditado e que ele estava determinado a fazer em algum lugar — disse o comandante Aguiar. 

Em respostas ao ataque, a prefeitura de Estação comunicou que as aulas da escola foram suspensas por tempo indeterminado. Em nota, o órgão disse que está com equipes mobilizadas “prestando apoio e assistência contínua a todas as famílias e à comunidade escolar neste período”. 

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O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), também se manifestou sobre o assunto nas redes sociais e expressou solidariedade às famílias, alunos e moradores da cidade. 

“Determinei que nossas forças de segurança atuem com prioridade total na apuração do caso e que a Secretaria da Saúde atue no apoio à comunidade escolar. Também vamos reforçar, junto à Secretaria da Educação e às prefeituras, as estratégias de proteção e cuidado em todas as escolas do Estado”, escreveu. 

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