Aulas práticas de Química, onde alunos aprenderam sobre tipos sanguíneos, viraram caso de polícia no Espírito Santo na última sexta-feira (14), em Laranja da Terra, na região Serrana do estado. O caso repercutiu depois que um professor usou a mesma agulha para furar o dedo de mais de 40 estudantes. As informações são do g1.
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Inicialmente, os pais dos estudantes relataram às autoridades que uma agulha havia sido usada pelo professor. Já na tarde dessa terça-feira (18), a Secretaria de Estado de Educação do Espírito Santo (Sedu) informou que o objeto utilizado era uma lanceta (tipo de dispositivo equipado com uma pequena agulha de aço estéril e descartável).
A pedido da TV Gazeta, médicos analisaram o vídeo em que os alunos têm os dedos furados e disseram não terem identificado o objeto pontiagudo que aparece nas imagens como uma lanceta.
O objeto pontiagudo foi usado por um professor de Química durante aulas de Práticas Experimentais em Ciências. O professor furou os dedos dos estudantes para coletar amostras de sangue que foram analisadas nos microscópios do laboratório da escola. Nas atividades os alunos aprenderam sobre tipos sanguíneos.
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Estudantes foram hospitalizados
A Sedu, os pais dos adolescentes e a Secretaria Municipal de Saúde de Laranja da Terra (Semus) discordam sobre o número de alunos envolvidos no caso. Inicialmente, a Semus informou, na segunda-feira (17) que 43 alunos haviam sido atendidos na rede municipal de saúde.
Na tarde de terça (18), a Sedu informou, através de uma nota, que 44 estudantes estavam sendo acompanhados pela Secretaria. Esse número também foi informado pelos pais dos estudantes à reportagem da TV Gazeta.
Uma estudante ouvida pelo g1 disse que alunos de quatro turmas passaram pela atividade entre os dias 7 e 14 de março. O número total de alunos envolvidos é a soma das quatro turmas. Os alunos têm idades entre 16 e 17 anos e estudam nas turmas de 2ª e 3ª séries do Ensino Médio.
A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) informou que, assim que foi acionada, na sexta, fez contato com a Secretaria de Estado da Saúde, que orientou sobre os protocolos e medidas a serem adotadas na ocasião. Em nota publicada nessa terça (18), a Sedu informou que os alunos estão bem e frequentando as aulas normalmente e ainda divulgou que os alunos fizeram exames complementares para testar a imunidade contra hepatite B e C.
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Sabrina Sabino: “Compartilhamento de agulhas em sala de aula é prática inaceitável”
Para garantir o acompanhamento adequado dos estudantes, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) e a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) realizaram uma reunião para definir os protocolos a serem seguidos. Os alunos serão submetidos a novos testes em 30 dias.
Além disso, a mãe de uma adolescente que participou da atividade contou que a escola promoveu um encontro com pais e alunos, para prestar esclarecimentos.Eles foram informados que os estudantes serão acompanhados e farão exames por 180 dias.
Uma aluna de 16 anos que participou de uma das aulas disse que os estudantes aceitaram participar do experimento porque confiavam no professor. A adolescente contou que o professor passava álcool na agulha entre um aluno e outro, o que levou a turma a minimizar a ação.
Médicos ouvidos pelo g1 ressaltaram que a limpeza de objetos com álcool não é um procedimento correto. Agulhas e outros itens perfurocortantes que entraram em contato com sangue e secreções precisam ser descartados após o uso ou, em casos específicos, serem esterilizados em equipamentos apropriados.
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*Sob supervisão de Andréa da Luz
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